quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Fibra ultrapassa cobre e Oi passa a ter lucro no trimestre

O projeto com foco na fibra está começando a dar frutos para a Oi. A empresa ainda observou queda nas receitas, mas o segmento residencial começou a mostrar uma reversão de tendência, com avanço comparado ao ano passado. Desta forma, a operadora registrou lucro após vários trimestres com números negativos.

A receita líquida da Oi caiu 3,4% no trimestre, totalizando R$ 4,389 bilhões no comparativo anual, segundo balanço financeiro divulgado pela operadora no final da noite desta quarta-feira, 11. No semestre, o total foi de R$ 8,842 bilhões, também uma queda de 4,8%. O resultado ainda é reflexo das operações descontinuadas – ou seja, unidades como a Oi Móvel – , que totalizaram R$ 2,118 bilhões no trimestre (recuo de 4,4%) e R$ 4,299 bilhões no semestre (queda de 5%).

Por outro lado, o segmento residencial da Nova Oi cresceu 3,5%, encerrando o trimestre com R$ 1,308 bilhão. No acumulado do ano, houve um aumento de 1,7%, total de R$ 2,618 bilhões.

Ao crescer mais de duas vezes e meia, a receita da fibra em si superou o cobre pela primeira vez, chegando a uma participação de 50%, embora com uma diferença de apenas R$ 1 milhão em relação aos serviços prestados na rede de par trançado de cobre. O FTTH chegou a R$ 654 milhões, um aumento de 156,3% (e aumento de 16,8% entre trimestres consecutivos). No semestre, essa área ainda é menor do que o cobre, mas totalizou R$ 1,215 bilhão, um avanço de 170,4%.

Com isso, a empresa reverteu prejuízo do trimestre anterior (e de 2020) e totalizou R$ 1,139 bilhão entre abril e junho. Nos seis meses, ainda foi registrado prejuízo, de R$ 1,899 bilhão, algumas vezes abaixo do prejuízo de R$ 9,689 bilhões no primeiro semestre do ano passado.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) totalizou R$ 1,271 bilhão, uma redução de 6,5% comparado ao segundo trimestre de 2020. No acumulado dos seis meses, contudo, houve avanço de 11,7%, total de R$ 3,639 bilhões. A margem EBITDA foi de 29% após redução de 0,9 ponto percentual nos três meses, enquanto no semestre mostrou aumento de 6,1 p.p., chegando a 41,2%.
Investimentos

No período de abril a junho, os investimentos da Oi totalizaram R$ 1,896 bilhão, crescimento de 7,5%. Até a metade do ano, acumulou R$ 3,759 bilhões, com incremento de 5,7%. A grande maioria foi direcionado à fibra, incluindo mercado de atacado, que será a operação da InfraCo, agora chamada de V.tal.

O segmento totalizou R$ 1,318 bilhão no trimestre (aumento de 17,5%) e R$ 2,644 bilhões (crescimento de 20,5%). A empresa que o foco já tem mostrado resultado "acima da expectativa", sendo "diretamente responsável por um processo de turnaround operacional no segmento residencial".

Por outro lado, o Capex da Oi Móvel caiu 28,1% no trimestre, totalizando R$ 203 milhões; e 28,5% nos seis meses, total de R$ 388 milhões. A venda da unidade para a Claro, TIM e Vivo ainda não foi aprovada pela Anatel ou pelo Cade, e a Oi ainda mantém responsabilidade pela manutenção da operação.

A dívida líquida cresceu 28,2% e encerrou junho com R$ 25,695 bilhões. Já o caixa disponível cresceu 7,5% e ficou em R$ 1,896 bilhão no trimestre; e R$ 3,421 bilhões (queda de 43,7%) no semestre.
Operacional

Com 10,253 unidades geradoras de receita (UGR), a Oi caiu 2,8% em junho comparado ao mesmo mês de 2020. A redução foi em especial das UGRs de cobre, que foram reduzidas em 39,7%, chegando a 4,908 milhões.

Enquanto isso, a fibra cresceu 121,7% e encerrou o semestre com 5,345 milhões de UGRs. A operadora registrou ainda aumento de 116,6% na quantidade de casas conectadas, totalizando 2,677 milhões. As casas passadas totalizaram 12 milhões, com 1,5 milhão de HPs no semestre e média mensal acima de 507 mil HPs. A taxa de ocupação foi de 23,6%.

Fonte: Teletime News de 11 de agosto de 2021, por Bruno do Amaral.

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