A empresa de infraestrutura da Oi e do BTG, que até aqui vinha sendo chamada de InfraCo, já tem nome: V.tal (pronuncia-se Vital). A nova marca e os primeiros planos de negócio foram anunciados nesta quinta, dia 5, pelo CEO da Oi, Rodrigo Abreu, e pelo CCO (diretor comercial) da V.tal, Pedro Arakawa. O CEO da empresa será apontado apenas após a aprovação regulatória e anuência para a compra do controle da empresa pelo BTG.
O foco da empresa é em atuar como uma empresa de infraestrutura ("a maior do Brasil", segundo Rodrigo Abreu) e rede neutra completamente independente da Oi. Ela já opera em negócios de atacado e rede neutra de forma independente da operadora, tem uma razão social própria (Brasil Telecom Comunicação Multimídia Ltda – BTCM) e terá um Comitê de Neutralidade garantindo processos de governança, área de negócios própria e sede em São Paulo.
O Comitê de Neutralidade, na primeira fase até a aprovação da Anatel, funcionará por meio da restrição da participação de executivos da Oi em questões comerciais da V.tal que possam representar conflito concorrencial. Depois da aprovação, o Comitê passará a ser composto pela estrutura de executivos independentes da própria V.tal e por integrantes independentes ainda a serem selecionados e indicados, mas serão executivos com conhecimento de mercado e independência em relação a qualquer operadora.
Hoje a empresa nasce com 400 mil km de redes de fibra, que chegam a 2,3 mil cidades e 12 milhões de casas passadas. A previsão é ampliar a capilaridade para 32 milhões de casas passadas, e a ampliação da capilaridade FTTH para todos os 2,3 mil municípios hoje alcançadas pela infraestrutura de fibra. O investimento para isso é estimado em R$ 30 bilhões.
No portfólio de produtos a V.tal terá serviços de FTTH fim-a-fim para ISPs (redes até a casa, incluindo instalação e operação da rede), FTTP (fibra até o edifício ou poste, com instalação a ser feita pelo provedor e com precificação menor do que o serviço do FTTH) e ainda produtos no atacado, como fibra para torres, backhaul e link dedicado, além de collocation e fibra apagada. Também estão sendo desenhados produtos para provedores de 5G e IoT, segundo Arakawa.
Abreu disse que a Oi, como qualquer cliente âncora da V.tal, poderá ter acordos de exclusividade temporários da rede a depender das condições contratadas, mas destacou que a V.tal poderá explorar essas redes ao fim desse período, que o executivo alegou ser "breve". O modelo de negócios da rede neutra, segundo o executivo, é de uma mensalidade que será cobrada do provedor por casa conectada, variando dependendo do tipo de serviços prestados.
Abreu fez questão de destacar que a nova empresa não leva nenhuma obrigação regulatória da Oi, e que as novas obrigações que a Oi possa vir a ter que atender, por exemplo, com o PGMU, podem ser atendidos utilizando rede da V.tal, mas não obrigatoriamente.
Fonte: Teletime News de 5 de agosto de 2021, por Samuel Possebon.
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