sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Open RAN é uma das apostas do CPQD em novo complexo

Com a inauguração do novo Complexo Laboratorial de Conectividade, o CPQD pretende aprofundar as pesquisas para novos padrões e soluções de tecnologia, como o Open RAN. A arquitetura desagregada é um dos destaques da empresa, que afirma ser a única no Brasil que participa de todas as iniciativas e alianças dedicadas ao tema.

Uma delas é a do Telecom Infra Project (TIP), liderado pelo Facebook. Segundo o gerente de soluções e comunicação sem fio do CPQD, Gustavo Correa Lima, o trabalho no Community Lab dessa entidade já ocorre há quatro anos. "Fomos o primeiro da comunidade, com teste de interoperabilidade, trabalhando com outro fornecedor de banda base", colocou durante coletiva de imprensa online nesta sexta-feira, 8.

Lima esclarece que no novo complexo, o que se está colocando de Open RAN são equipamentos com as especificações da O-RAN Alliance, entidade que conta com participação de fornecedores como a Nokia. Trata-se de uma parceria comercial, focando em unidades de rádio da arquitetura. "Conseguiremos fazer até testes de [componentes] agregados; não precisa trazer solução composta para fazer a avaliação dos componentes da estrutura", declara. A parceria com a O-RAN Alliance é que vai permitir avaliar a rede de open core, ou seja, com desagregação fim a fim.

De acordo com o diretor executivo de soluções tecnológicas e consultoria do CPQD, Frederico Nava, a empresa ainda não está testando com a Anatel as soluções de Open RAN. "Tem ações que a gente trabalha fora do País, acompanhando testes lá fora, mas ainda não tem conclusão. Sabemos que tem demanda forte de padronização", afirma.

Maturidade

Perguntado se a companhia já considera o ecossistema de redes de acesso móvel abertas maduro o suficiente para lançamentos comerciais, Gustavo Lima explicou que ainda há desafios a serem superados na interoperabilidade, especialmente no 5G com a tecnologia de Massive MIMO (múltiplas entradas e saídas), que trazem dificuldades para operadoras no fronthaul.

"Há ainda pouca interoperabilidade quando se busca fazer mistura de fornecedores", diz. "Quando falamos de Massive MIMO, isso ainda está em evolução, e aí que está o pulo do gato para o que o Open RAN virá atender. É questão de tempo, temos visto grandes fabricantes colocando que isso será realmente o futuro", conclui.

Fonte: Teletime News de 8 de outubro de 2021, por Bruno do Amaral.

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