O governo vai apresentar, na próxima segunda-feira, 30, um plano para renegociação das dívidas da Oi com os órgãos públicos. A proposta será apresentada pela advogada-geral da União, Grace Mendonça, que lidera o grupo de trabalho criado para esse fim.
Desde a semana passada Grace vem se reunindo com diferentes órgãos e chegou a ir no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, na sexta-feira passada, para pedir ao juiz Fernando Viana o adiamento da Assembleia Geral dos Credores, que foi remarcada para o dia 10 de novembro.
Ontem, a reunião na AGU contou com a presença do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, além de representante do Tesouro Nacional e Procuradoria da Fazenda Nacional. Hoje, Grace recebeu representantes do Banco do Brasil e do BNDES, além do conselheiro da Anatel, Leonardo Euler, todos credores da prestadora.
Desafio maior
Segundo apurou este noticiário, o foco do grupo de trabalho ainda não é em dar uma redação à Medida Provisória que terá como objetivo permitir o parcelamento das dívidas em 20 anos, ajustar o indexador e permitir o uso dos depósitos judiciais. É certo que esta MP sairá, mas esse é o menor dos problemas agora. Até aqui, o governo e o grupo de trabalho estão mais focados na análise dos dados econômicos da empresa e no plano de recuperação apresentado. Se de um lado a força-tarefa parece estar avançando rapidamente para uma solução e sem nenhum tipo de conflito entre as diferentes instâncias participantes, por outro os dados coletados têm deixado os integrantes mais pessimistas em relação às possibilidades de viabilidade do plano.
O entendimento geral é de que a Oi precisa de muito mais investimentos do que se pensava e que a as premissas de retorno e rentabilidade são menos seguras do que o imaginado. Ou seja, cada vez mais está claro que a solução ou precisará envolver um novo acionista com poder de fogo, ou contar com grande comprometimento financeiro dos atuais credores e acionistas (muito acima do que foi colocado no plano apresentado) ou, em última hipótese, passar pelo fatiamento da empresa, que é o cenário menos desejado. (Colaborou Samuel Possebon)
Fonte: Teletime News de 24 de outubro de 2017, por Lucia Berbert.
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