A evolução das redes 5G de banda larga móvel terá um espaço significativo na CES 2018, que acontece esta semana em Las Vegas. E para alguns especialistas de um dos debates realizados no primeiro dia do evento, a implantação das redes de 5G depende de espectro, e será realizada por quem tiver o controle sobre este espectro. Parece uma afirmação óbvia, mas ela vem em um contexto complexo. Se um lado, a dependência das redes de 5G é grande porque ela será a habilitados de uma série de serviços. Por outro lado, as empresas de telecomunicações tradicionais têm sido as responsáveis pela implantação destas redes, mas não gozam das mesmas condições regulatórias de explorar os serviços. É nesse cenário que se inclui a discussão sobre a neutralidade de rede, um tema (ainda) tímido nos primeiros debates da CES.
Perguntados por este noticiário, Chris Stark, chief business development officer da Nokia, e Matt Grob, EVP de tecnologia da Qualcomm, foram taxativos ao afirmar que, se de um lado existe a possibilidade técnica de que empresas que não sejam tradicionais operadoras de telecomunicações construam as futuras redes 5G (por exemplo, Google, Facebook ou Amazon), por outro o controle do espectro é essencial para isso, e hoje ele faz parte dos investimentos feitos pelas teles. "Em teoria, qualquer um pode construir uma rede 5G e estamos inclusive estimulando que isso aconteça em espectro não licenciado, mas no espectro licenciado é mais complicado", diz o executivo da Qualcomm. Para Stark, da Nokia, tudo depende de como serão as possibilidades de licenciamento do futuro espectro para 5G e das relações que poderão ser estabelecidas pelas operadoras. Ou seja, no cenário atual, ninguém que não seja de telecom se "candidatou" a fazer redes de banda larga móvel de uma maneira massiva.
Por outro lado, o universo de serviços que poderão ser viabilizados, e a pressão para que estes serviços sejam criados, é grande. Uma dos principais setores que espera e precisa do desenvolvimento das redes 5G é a indústria automobilística, com o desenvolvimento dos carros conectados, autônomos e de toda a tecnologia embarcada que se planeja.
O segmento de saúde tmbém é apontado por especialistas como um dos grandes segmentos "5G dependentes", pois as aplicações nesta área passam por requisitos de velocidade, latência e confiabilidade que não podem ser atingidos ainda por redes de banda larga na tecnologia 4G. Pelo menos não nos cenários mais inovadores, como as terapêuticas digitais, diagnóstico a distância e atendimento médico virtual.
No segmento industrial/comercial a tecnologia de banda larga móvel por redes 5G também é considerada essencial, para que se possa oferecer alidade de conexão por fibra a qualquer lugar.
E, por fim, para a indústria de entretenimento a quinta geração de serviços móveis é apontada como uma viabilizadora de novos serviços, como realidade virtual e realidade aumentada, além da capacidade de lidar com conteúdos mais intensivos em tráfego de dados, como imagens em 4k e HDR.
Para Erik Ekudden, CTO da Ericsson para as Américas, a principal evolução das redes de 5G será na latência, abaixo de 10 milissegundos, o que abre a possibilidade para uma série de serviços em núvem hoje impossíveis. "O processamento em núvem, ou feito na ponta da rede, passa a ser uma realidade concreta, o que amplia significativamente o potencial do smartphone e dos dispositivos conectados", diz. Ele também diz projetare um crescimento das redes 5G e da adoção da tecnologia em um ritmo muito mais intenso do que o que foi visto na tecnologia anterior, 4G.
Todos os especialistas que participaram do debate na CES 2018 concordaram que existe, por parte de quem for construir uma rede de 5G, o dever de manter uma preocupação com a segurança das redes em primeiro lugar desde os momentos iniciais. "Segurança tem que ser um requisito das redes, não um benefício que se adiciona depois", diz Matt Grobb, acompanhado pelos demais. A preocupação se deve ao fato de que boa parte das aplicações de Internet das Coisas estar sendo pensada para trafegar em redes 5G, e o potencial de danos por falhas de segurança aumenta significativamente com a multiplicação de dispositivos conectados.
Fonte: Teletime News de 8 de janeiro de 2018, por Samuel Possebon.
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