(Esta matéria foi atualizada às 10:15 do dia 27/01/2018) Passado o susto do lançamento, em que uma anomalia fez com que a comunicação com o satélite Al Yah 3 fosse perdida por alguns minutos, a Yahsat respira aliviada e garante que, ocorrendo tudo dentro do esperado para o posicionamento do satélite na órbita definitiva, o lançamento do serviço de banda larga está garantido para o começo de junho.
"Estamos muito felizes em saber que o satélite está em perfeito estado e que os ajustes necessários foram tomados para assegurar que a missão original seja cumprida. Gostaria de agradecer nosso parceiro tecnológico Orbital ATK e o time da Yahsat que juntos estão assegurando que os objetivos do AI Yah 3 estão sendo cumpridos", afirma Masood M. Sharif Mahmood, CEO da Yahsat.
Segundo Márcio Tiago, diretor geral da Yahsat para o Brasil, já em fevereiro a empresa deve começar a cadastrar os parceiros locais para vendas e instalação, e a expectativa é que em algum momento mais próximo ao lançamento comercial seja aberto o pré-cadastro para potenciais clientes também.
Segundo Márcio Tiago, está praticamente tudo pronto para o lançamento, faltando apenas a conclusão do processo de lançamento e testes do satélite. Mesmo assim, a Yahsat está trabalhando em parceria com a StarOne para utilizar o StarOne D1 nos testes das estações terrenas e os sistemas que serão utilizados quando o Al Yah 3 estiver em operação. "A equipe que trabalha com a infraestrutura de terra fez um trabalho fantástico de colocar tudo em operação dentro do cronograma e agora estamos em condições de testar os sistemas e fazer todo o treinamento dos parceiros e da nossa equipe com o D1", explica o diretor geral.
A operação da Yahsat contará com um parceiro-operador nacional, a Century, que será a responsável por todo o relacionamento com os 21 operadores regionais (praticamente todos os parceiros regionais foram definidos). "Buscamos um modelo muito semelhante ao DTH, inclusive adotando as boas práticas e as lições aprendidas pelas operadoras de TV paga via satélite", diz Tiago. O parceiro nacional terá a responsabilidade de acompanhar o desempenho dos parceiros regionais e cobrar as métricas de qualidade e performance, e gerenciando a operação, mas a Yahsat quer se manter próxima à cadeia de revendedores, cuidando da relação financeira.
A importação dos equipamentos Newtec para as fazes de teste já começou. Por enquanto, não existe plano de produção local, mas isso pode mudar de acordo com as condições de mercado e câmbio, diz Márcio Tiago.
Tributos e expansão
A questão da cobrança do Fistel ainda é um dos grandes problemas para a operação de qualquer serviço de banda larga residencial no Brasil, e não é diferente para a Yahsat. "Temos conversado com as autoridades sobre esta assimetria e muitos estão plenamente conscientes do problema, mas o fato é que nada aconteceu até aqui". O problema em essência é: enquanto um terminal de celular paga um Fistel de R$ 26,8 na instalação e depois R$ 13,4 anualmente, um serviço de banda larga via satélite paga R$ 201 na instalação e R$ 100,5 por ano. Da mesma forma, o ICMS é um problema no preço final do produto. "Por estas razões é que o nosso produto será, inicialmente, oferecido a valores acessíveis principalmente por residências de mais alta renda", diz Márcio Tiago. "Se tivéssemos uma condição tributária mais favorável, poderíamos ter um produto para a classe C". O foco da empresa é atender com o serviço residencial localidades sem serviços de banda larga, ou com atendimento limitado, e também o mercado corporativo.
A Yahsat diz, contudo, que existe uma forte demanda por banda larga via satélite, justamente pelas carências de cobertura das plataformas fixas. Prova disso é que a empresa chegou inclusive a estudar o leilão do SGDC (satélite da Telebrás) para complementar a sua cobertura. "É um satélite com uma capacidade muito boa. O que não viabilizou a nossa participação foi o modelo do edital", disse ele, assegurando que não está fechada a possibilidade de que a Yahsat contrate capacidade do SGDC (ou de qualquer outro provedor de capacidade em banda Ka) no futuro. "Já sabemos que teremos necessidade em algumas regiões".
Fonte: Teletime News de 26 de janeiro de 2018, por Samuel Possebon.
Nenhum comentário:
Postar um comentário