quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Flexa apresenta parecer favorável ao PLC 79, que pode ser votado nesta quarta na CCTIC do Senado

O Senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA) apresentou nesta terça, dia 30, parecer favorável à aprovação do PLC 79/2016 na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado Federal (CCTIC). O projeto de lei altera o marco legal das telecomunicações e está parado no senado desde o começo de 2016. Com a apresentação do parecer, a expectativa é de votação rápida na comissão para encaminhamento ao Plenário do Senado ainda este ano. A matéria é o primeiro item da comissão nesta quarta, e já pode ser votado, caso não haja pedido de vista. Existe um apoio direto ao texto não apenas por parte das empresas de telecomunicações, que há muito reivindicam a alteração do marco legal, mas também das empresas de radiodifusão, que se beneficiam do fato de o projeto deixar clara a não incidência do Fust sobre os serviços de rádio e TV. Confira aqui a íntegra do parecer pela aprovação do PLC 79.

O parecer de Flexa Ribeiro retoma os argumentos que já vinham sendo apresentados de necessidade urgente de revisão do modelo dada a rápida migração dos serviços de voz para os serviços de banda larga e serviços móveis. Ele discute em seu texto a questão dos bens reversíveis, que foram bastante questionadas pelo TCU como um óbice à mudança de modelo. Flexa relembra que ele mesmo tratou do tema ao propor o PLS 53/2010, em que propunha a extinção dos bens reversíveis com o correspondente cálculo de valores, a ser aplicado em políticas públicas. Ele ressalta que o valor histórico de aquisição dos bens, de R$ 132 bilhões, não corresponde ao valor atual dos bens, constante no ativo imobilizado das empresas. A maior concessionária, a Oi, por exemplo, tem bens na Relação de Bens Reversíveis com valor patrimonial de R$ 71,6 bilhões, mas seu imobilizado registrado em balanço é de R$ 26 bilhões, o que inclui não apenas os bens vinculados à concessão, segundo o relatório de Flexa Ribeiro. Para o senador, "para valorar a adaptação, não é relevante nem impeditivo o fato de as RBR anteriores serem incompletas e imprecisas". Para o relator, "é importante reiterar que a celeuma gerada em torno da valoração dos bens reversíveis é desproporcional e infundada".

Políticas

Ribeiro também comenta a crítica eita pelo TCU em relação à falta de políticas públicas que norteiem o investimento do saldo da conversão de concessões em autorizações. Mas ele destaca que a Anatel está elaborando o Plano Estrutural de Redes de Telecomunicações que permite ao Executivo ter acesso a dados precisos sobre as necessidades de investimento e que as políticas públicas do ministério dependem agora apenas de sanção presidencial.

Sobre a prestação dos serviços em regime privado, o parecer rebate as críticas de que o estado abriria mão do regime público lembrando que para manter o modelo vigente seria necessário ao estado dar garantias de continuidade e universalização aos serviços de banda larga.

Sobre a possibilidade de renovação indefinida de espectro e sobre a nova dinâmica decorrente da criação de um mercado secundário e riscos de concentração, Flexa Ribeiro diz que "conclui-se que os riscos identificados podem ser completamente gerenciados pelo órgão regulador e que o novo modelo de gestão do espectro pode, ao contrário, ser benéfico ao desenvolvimento da infraestrutura". A alternativa de não mudar o modelo, diz o parecer do senador, é mais grave: "A não aprovação do projeto, contudo, também gera um risco, mais difícil de ser mitigado pelo Estado: o da necessidade de se proceder, via rito licitatório, a sucessão das autorizadas de espectro. O risco é de descontinuidade da oferta no varejo, principalmente em áreas de menor retorno comercial, que só foram atendidas pelas atuais autorizadas porque eram compromissos de cobertura derivados dos editais".

Sobre a aplicação do Fust para a radiodifusão, Flexa não entra no mérito de eventuais passivos, mas vê naturezas jurídicas diferentes entre radiodifusão e telecomunicações que justificariam a mudança,e considera que a perda arrecadatória para o Fust seria irrelevante. Além disso, diz, a questão mais relevante é a aplicação do Fust na universalização dos serviços, o que não está acontecendo e é objeto de debates legislativos distintos.

Flexa propõe uma emenda de redação no Artigo 7 do PLC 79 que, mesmo que aprovada, não força o retorno do texto para a Câmara. Ao final, o parecer é pela aprovação.

Fonte: Teletime News de 30 de outubro de 2018, por Samuel Possebon.

Eunício diz que, com parecer aprovado, pauta PLC 79/2016 no Plenário

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB/CE), afirmou nesta terça, 30, após a reunião de líderes, que se houver um parecer aprovado do PLC 79/2016 ele colocaria em pauta o projeto no Plenário imediatamente, reiterando ter sido esse o seu compromisso. Segundo o presidente do Senado, este encaminhamento já foi informado ao presidente Michel Temer e ao presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do Senado, Otto Alencar (PSD/BA). O PLC 79/2016, que está na pauta da reunião desta quarta, dia 1, da comissão, tem parecer favorável para a aprovação do senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA). Pode haver ainda pedido de vista e a oposição também pode alegar que há uma audiência pública pendente de conclusão sobre a matéria (uma audiência sobre o tema foi iniciada no dia 10 de maio, mas acabou suspensa,não tendo sido retomada até hoje).

Fonte: Teletime News de 30 de outubro de 2018, por Samuel Possebon.

Bens reversíveis precisam de solução legal, diz Quadros

Pouco mais de dois anos depois de assumir a presidência da Anatel, Juarez Quadros prepara a sua despedida da agência no próximo dia 4 de novembro. Quadros já havia sido ministro e secretário do antigo Ministério das Comunicações, além de dirigente de empresas do Sistema Telebras. Sua curta passagem pela Anatel, contudo, deixou algumas marcas. Foi o presidente que lidou com algumas das questões mais críticas dos últimos anos, como o processo de recuperação da Oi e o TAC da Telefônica, o desligamento da TV analógica para dar espaço à expansão da 4G, uma aceleração do processo de perda de base em diferentes serviços pela crise e o impasse monstruoso na discussão de um novo modelo. Ao mesmo tempo, destacou-se pelo esforço de recomposição do orçamento da agência depois de um quadro de penúria no ano passado em que os serviços essenciais como fiscalização e atendimento ao consumidor quase foram suspensos.

Nesta entrevista, quadros faz uma avaliação de seu mandato e deixa algumas recomendações para o futuro da Anatel. Ele mostra especial preocupação com a falta de uma solução legal para a questão dos bens reversíveis, uma revisão dos processos internos da agência para dar mais agilidade, a necessidade de vigilância em relação a interferências políticas e a utilização de mecanismos mais flexíveis de implantação de políticas públicas, como foi a EAD no caso da TV digital. Confira a íntegra da entrevista.



Em sua passagem na Anatel, havia a expectativa de desenrolar algumas questões mais rapidamente, como o cap de frequências, entre outras. Por que isso não foi possível?

O rito processual na agência precisa ser agilizado. Aliás, a palavra agilidade nesse momento digital deveria ser observada. O modelo que a agência utiliza precisa de revisão. Os processos passam por muitas etapas, vão e voltam, os gabinetes acabam fazendo retrabalhos… Discordo e oriento o meu gabinete a não refazer nada. Se precisa mudar, manda de volta à área técnica para uma diligência ou à procuradoria. Cada gabinete tem uma rotina diferente e isso muitas vezes provoca demora.

Isso não mostra um certo distanciamento do corpo técnico da agência e do conselho diretor?

Eu entendo que na minha gestão tentamos reduzir essa questão, fazer com que fosse eliminada, mas ainda falta algum esforço nesse sentido.

Houve alguma questão que você gostaria de ter entregado na sua gestão e não vai conseguir?

O que falta é o que depende de leis e decretos. Não podemos nos antecipar em fazer resoluções por conta de regras futuras. Na hora que faltam leis e decretos há um problema. Fizemos isso uma vez, quando aprovamos o PGMU e o PGO, que acabou não acontecendo. Mas o PGMU foi feito por conta do PLC 79, que acabou não saindo e ficou capenga. A expectativa era de ter o novo marco. Não digo que tenha sido um erro, mas uma ousadia de tentar correr com a coisa e depois não deu para voltar. Eu prego que haja a antecipação regulatória, mas é preciso que haja políticas, seja na forma de lei ou em decretos do Executivo. Mas, de fato, faltou dar mais agilidade à agência, sobretudo para o mundo digital. A Anatel precisava se antecipar, não ficar a reboque.

A agência optou por esperar o PLC 79, mas havia uma discussão prévia, e o senhor mesmo era partidário dessa ideia, de que seria possível reformar parte do modelo por decreto.

Foi uma discussão ainda no governo anterior, mas haveria a necessidade ao menos de um decreto. Não bastaria um ato normativo da agência. Até se tentou isso, mas houve uma decisão do ministro à época, e um entendimento do Congresso, de que seria necessário alterar a LGT. Mas meu entendimento é que a Lei Geral permite, dá essa sustentação legal. Mas houve um medo político de não enfrentar o Congresso. Não vejo, qualquer que seja a composição do Poder Executivo, essa coragem de usar a lei atual e buscar esta solução. Mas seria possível (reformar o modelo sem uma mudança de lei).

Como avalia a relação com os órgãos de controle durante a sua gestão? Houve muitas interferências. Isso atrapalhou a agilidade da agência?

Eu tenho relacionamento com eles desde os anos 70, quando me tornei gestor. Nunca tive dificuldades com os órgãos de controle. Conduzi o processo de licitação da banda B, por exemplo, e interagíamos constantemente, o processo foi aprovado. A mesma coisa no processo de privatização da Telebras. Fui eu que fiz a interação com o TCU e no final recebemos elogios de que o processo havia sido perfeito, aprovado por unanimidade. As contas da Anatel em 2017 estão aprovadas pela CGU sem ressalvas e agora seguem para o TCU. O processo de recuperação judicial da OI, onde tivemos que votar contra pela questão do tratamento dos créditos públicos, a área técnica que acompanha esse processo já entendeu que tudo o que fizemos foi correto e vai agora para a ministra Ana Arraes. Não tenho medo dos órgãos de controle, mas não deixo de negociar, interagir. Os processos estão quase todos públicos e abertos, pelo menos da nossa parte.

Esse cuidado atrasou alguma coisa ou comprometeu as decisões?

Não diria que atrasou, mas requereu mais atenção. Eu orientei a área técnica para evitar o confronto. "Vai lá, negocia, escuta, volta aqui". As inovações precisam ter segurança em relação aos aspectos legais justamente para evitar o confronto com os órgãos de controle.

O TAC da Telefônica foi um episódio emblemático da sua gestão, pela força que a Anatel fez inicialmente para aprovar o TAC, especialmente o senhor, e depois o TAC não saiu, com o seu voto inclusive. O que deu errado?

O TAC é uma ferramenta deveras importante para evitar que os recursos oriundos de multas caiam no tesouro e não sejam revertidos em favor do consumidor. Mas é preciso olhar o contexto. No caso da Oi eles estavam no meio da recuperação judicial e seria complicado aceitar porque corria-se o riso de perdoar uma dívida que poderia não ser paga. O TAC da Telefônica tinha seus méritos, mas começaram a aparecer os problemas. A mancha coberta (pela proposta) não tinha ninguém, mas começaram a aparecer os pequenos provedores que estavam ali. Eles não tinham interesse em aparecer antes, mas com o TAC eles se manifestaram. Quando houve a ameaça de um competidor, eles se revelaram. A Anatel estava navegando às cegas. Agora eles estão aí, mais de 5 mil ISPs. No mérito o TAC ficou injustificável e a empresa teve dificuldades de ceder àquilo que a área técnica da Anatel estava propondo. Acabou não prosperando, o que é uma pena pelo valor bilionário. Talvez o modelo não estivesse muito bem elaborado.

O senhor foi muito crítico ao longo da sua gestão sobre a questão dos fundos setoriais. Parece haver alguma solução para isso?

Vejo uma falta de vontade das autoridades constituídas, não do regulador, de dar uma solução para o problema. Não dá para haver uma dissonância entre Executivo e Legislativo, porque há vários projetos sobre isso no Congresso. Não é um problema deste governo, eu vivi isso quando estava no ministério. Quantas vezes a área econômica barrou a área setorial? Desonera, diminui a arrecadação, prejudica o superávit… Eu como ministro e secretário executivo tive que fazer recuos. E quando se prospera no Legislativo o próprio Executivo obstrui. Em outros momentos falta vontade política, falta de tempo, desvio de interesse, tudo acaba prejudicando o uso dos fundos de que o país tanto precisa. Parece que o assunto não é relevante.

O setor é visto de maneira irrelevante por que?

Não é dada a devida importância, ou porque não conhecem, ou não querem dar. O setor de telecom investe R$ 30 bilhões por ano, então parece que está bem, que está no piloto automático. Mas não é bem assim. O empenho que eu vi nos anos 95, 96 e 97 eu nunca mais vi, com reuniões ministeriais e todos discutindo o modelo até chegar a uma convergência, e depois indo ao Legislativo. Primeiro com a emenda constitucional, depois a Lei Mínima e finalmente a Lei Geral. Tudo desenhado, planejado. Foi uma época em que houve convergência em torno de um modelo, mas nunca mais vi isso.

Esta revisão de modelo deveria ter acontecido antes?

O que estamos vivendo agora tem uma defasagem terrível. Perdeu-se tempo, não por culpa deste governo, tratando-se de questões pontuais sem ver o estratégico. Administrar crises apenas não resolve o problema.

Ainda há tempo de resolver essa defasagem antes de entrarmos no ciclo de encerramento das concessões? Só a Anatel teria pelo menos dois anos de trabalho pela frente…

Antes tarde do que nunca. Já estamos quase em 2019 e as concessões vão vencer. Ainda há tempo para trabalhar, mas deixar isso para os últimos cinco anos é complicado. Até porque o serviço já não é mais o que a sociedade quer, no conceito de uma economia disruptiva. O que pode acabar acontecendo é que tudo passará a ser autorregulado pelo mercado, porque não se tem as diretrizes e as políticas adequadas. O mercado não espera, ele inova, sem esperar o Estado. Foi o que aconteceu com o ambiente dos serviços OTT, que já estão consolidados a esta altura.

O melhor caso de sucesso na implantação de uma política na sua gestão talvez seja a transição da TV digital. Qual a sua avaliação?

Foi um caso que deu certo, pelo envolvimento e compromisso dos diferentes atores em entender o que era a coisa. Eu cheguei depois que o conselheiro Rodrigo Zerbone (ex-presidente do Gired) já havia iniciado esse esforço de conciliação, e o edital foi muito bem elaborado e teve a concordância do TCU. Eu até diria que esse é um modelo a ser adotado para outros negócios, para levar uma solução para a questão da conectividade, por exemplo. É um recurso público que está sendo bem administrado. O importante é não perder o controle da situação. Vejo como um modelo que poderia ser adotado. Fazer entidades similares à EAD com a função de administrar recursos de natureza pública para políticas específicas.

Inclusive para a gestão dos fundos setoriais, como a Anatel inclusive sugeriu na consulta sobre o novo Plano Geral de Outorgas, em 2016?

É como é nos EUA, em que o fundo de universalização de telecom é há muito tempo administrado por uma entidade privada. Tem que levar banda larga na escola ela leva, num hospital. Não é exatamente como a EAD, mas é um modelo conhecido já. Nas próximas licitações que a Anatel for fazer, 5G por exemplo, vamos pensar nesse sentido? É uma questão de definir o objeto. Na TV, foi uma política social, de inclusão social.

Na sua questão houve alguns atritos com o MCTIC em questões específicas. Uma delas foi o Plano Geral de Metas de Universalização. Qual foi o problema?

Nesse caso o problema é que está se tentando resolver um problema criando outro. Já vivemos isso no caso do backhaul e a minha avaliação é que isso poderá se repetir (com a proposta de aplicar os saldos em 4G). Nós não temos autonomia de voo, nem o ministério, para responder aos questionamentos que virão por parte da sociedade civil, pelas próprias operadoras, que temem o efeito de contágio, em que temos uma rede multisserviços sobreposta às redes dedicadas ao serviço em regime público. A rede 4G incluída no PGMU correria este risco.

A Anatel vai conseguir resolver o impasse de entendimento e valoração da questão dos bens reversíveis?

Se não houver uma definição de ordem legal e uma definição do que é bem reversível, todos os atos tentados de forma infralegal serão perecíveis. Não adianta uma portaria do ministro ou um decreto, muito menos uma resolução da Anatel, para tentar definir o que é bem reversível. Esta matéria é muito complexa e entendo que o ideal é que uma lei resolva o impasse.

O que está no PLC 79/2016 atende?

A Lei Geral não definiu bem isso, o PLC 79 meio que repete o que está na LGT. O conceito é muito mais amplo, isolado em termos internacionais, porque só nós temos isso, e se não houver uma decisão maior, todos os atos ficam frágeis. Isso prejudica o setor todo. Eu pessoalmente sou favorável à teoria funcional, mas sou uma andorinha a tentar fazer verão. Não vejo de maneira prática a resolução do problema com o que temos no arcabouço legal. Seja pela tese funcional ou patrimonial. Eu teria muita dificuldade de propor. Até nos órgãos de controle há interpretações divergentes. É preciso uma definição legal bem clara com o fim da disputa de posições, teses etc. Temos insegurança, e se for para a esfera Judicial, coitados dos juízes.

Essa é a questão mais crítica da agência?

Ela precisa disse resolvido, mas não é uma questão da agência resolver. É preciso vir de cima, de uma lei. De quem vai ser a iniciativa? Estou lançando essa ideia porque senti o problema. Estou tentando harmonizar as posições dentro do conselho, como é minha tarefa. Não tem sido fácil, e com duas empresas concessionárias com problemas, seja pela recuperação judicial, seja pela iminência da caducidade, complica.

Que tipo de divergências existem?

Por exemplo, a tese da despatrimonialização que a Procuradoria Federal Especializada da AGU junto à Anatel trouxe. Eu tenho comungado com ela, inclusive antecipei um voto na última reunião do conselho sobre isso. Ainda que o bem não esteja na relação de bens reversíveis, que seja apenas um terreno vazio, a empresa está em dificuldade, então a alienação pode prejudicar a companhia em sua operação, porque o caixa vai ser usado para pagar dívida. A alienação afeta o patrimônio e isso pode prejudicar o esforço de venda da empresa, caso seja necessário.

Qual seu maior orgulho durante a sua gestão?

Eu encontrei um quadro de pessoal fabuloso, um pessoal que vem sendo concursado e trabalhado. Mas faltava recursos. Não basta dizer que quer a agência forte, é preciso ir atrás de recursos, e foi o que eu fiz, usando o Tribunal de Contas e a Lei do Fistel, que é clara ao determinar que não haja restrição do uso do fundo para o custeio. Fomos apoiados pelo TCU que em seu acórdão reconheceu isso, e certamente sem este acórdão a área econômica não nos contemplaria com o orçamento necessário. O congresso nunca desrespeitou o orçamento encaminhado. O corte era na área ministerial e depois na área econômica, e depois vinha do Congresso e contingenciava. Isso não aconteceu este ano e espero que não aconteça em 2019. Hoje não faltam recursos para capacitação, fiscalização, diárias para trabalhos em campo, estamos participando dos eventos internacionais relevantes. Foi o que foi possível fazer para ela voltar a ser fortalecida.

Existe o risco de interferências políticas na Anatel?

A agência não está blindada. Vai depender muito da autoridade presidencial não permitir que isso ocorra. A agência é de Estado.

Fonte: Teletime News de 30 de outubro de 2018, por Samuel Possebon.

Moisés Moreira será sabatinado no Senado na próxima semana

A Comissão de Infraestrutura do Senado irá sabatinar na próxima terça-feira, 6, o candidato ao cargo de conselheiro da Anatel Moisés Queiroz Moreira. A mensagem da presidência da República foi lida no plenário da Casa e o senador Fernando Bezerra (MDB/PE) foi indicado relator do processo de análise.

Uma vez aprovado na Comissão, o nome de Moisés Moreira irá para análise do plenário da Casa. Moreira irá substituir Juarez Quadros no conselho, cujo mandato se encerra no dia quatro de novembro. A presidência do conselho, cargo que Quadros também ocupa atualmente, será definida posteriormente.

Fonte: Teletime News de 30 de outubro de 2018, pela Redação.

Navarro acredita em aprovação do PLC 79 com novo governo

O presidente da Telefônica Brasil, Eduardo Navarro, disse estar otimista com avanço na discussão de reformas com a chegada do próximo governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, mas não exibe tanta confiança no andamento para a aprovação do novo marco regulatório para o setor ainda em 2018. Em teleconferência para analistas nesta terça-feira, 30, o executivo destacou que "há alguma especulação que o PLC 79 poderia ser votado até o final do ano", mas foi contundente: "Não apostamos nisso".

Navarro acredita que a proposta vai receber apoio do novo governo, contudo, e diz que a companhia apoiará com a continuidade do processo de digitalização. "Espero que nosso País tenha um futuro muito mais brilhante", declarou.

Já na questão do novo PGMU, o presidente da Telefônica entende que a Anatel deveria priorizar o fim das obrigações com a telefonia pública logo, enquanto ainda discute o cálculo do saldo. Isso porque ele considera a complexidade do tema – a proposta do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações é a de aplicar na construção e operação de uma rede de acesso em LTE (4G) em 1.470 localidades onde não existe presença de nenhuma operadora, sob um custo total de R$ 611 milhões, o que preocupa as operadoras por contaminar as rede móveis com as regras da telefonia fixa, especialmente a questão dos bens reversíveis. "A Anatel acredita que todos os alívios para as teles nas obrigações deveriam ser considerados, e achamos que isso tem que ser inserido no cálculo", afirmou. "Mas as modificações para o número de telefones públicos deveriam ser implantadas imediatamente, porque gastamos dinheiro com isso", reforça.

Perguntado sobre expectativas em relação ao aumento da capacidade de espectro, o executivo preferiu não tecer comentário e nem conjecturar quando isso aconteceria. "Não vemos nada sobre isso", afirmou. Vale ressaltar que a pergunta ocorre no contexto da especulação de que a Anatel poderia resolver o problema de spectrum cap com certa urgência para possibilitar uma possível venda da Nextel para as outras operadoras.

Fonte: Teletime News de 30 de outubro de 2018, por Bruno do Amaral.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

STF acelera análise do processo do PSB contra a Anatel

O ministro Luís Roberto Barroso adotou o "rito abreviado" no processo referente à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 546 do Partido Socialista Brasileiro (PSB) contra a Anatel no Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se da ação que questiona o Regulamento Geral de Interconexão da agência em relação à regulação da relação entre teles e provedores de Serviços de Valor Adicionado (SVA). Na prática, o procedimento dispensa a análise prévia do pedido de liminar feito pelo partido e remete diretamente o julgamento para o plenário da Corte.

Na ação, o PSB questiona parte da Resolução 693/2018 da agência, publicada em julho passado. A norma estabelece o Regulamento Geral de Interconexão (RGI) e altera o Regulamento dos Serviços de Telecomunicações, o Regimento Interno da Anatel e os Regulamentos de Remuneração pelo uso de redes do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) e do Serviço Móvel Pessoal (SMP).

De acordo com a ação, falta fundamento legal ao artigo 8º da resolução, que atribuiu à Anatel a competência para dirimir conflitos entre players e permitiu que a agência possa solicitar, a qualquer tempo, cópia dos contratos que materializem o relacionamento entre teles e SVAs. Por sua vez, fontes da agência dão conta de que a Anatel sempre regulou este tipo de conflito. O que o RGI fez foi apenas regulamentar o artigo 61 da Lei Geral de Telecomunicações, que diz que cabe à autarquia "regular os condicionamentos, assim como o relacionamento entre aqueles e as prestadoras de serviço de telecomunicações".

Na mesma decisão, o relator deu prazo de dez dias para a Anatel se manifestar sobre o caso. O ministro Barroso também determinou que, após o período, se dê vista dos autos à Advocacia-Geral da União (AGU) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) no prazo sucessivo de cinco dias para que se manifestem sobre a matéria.

Fonte: Teletime News de 29 de outubro de 2018, pela Redação.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Brasil investiu quase R$ 80 bilhões em P&D em 2016, diz MCTIC

No ano de 2016, o volume de investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no Brasil chegou a R$ 79,2 bilhões, o que correspondeu a 1,27% do Produto Interno Bruto (PIB). Desse total, a maior parte dos gastos (52,4%) foi feita pelo setor público. Os dados constam na edição 2018 dos Indicadores Nacionais de Ciência Tecnologia e Inovação, lançada nesta sexta-feira, 26 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

O documento é um levantamento de dados coletados junto ao governo federal, governos estaduais e iniciativa privada, que permitem uma visão global do sistema brasileiro do segmento. Segundo informações do MCTIC, o levantamento aponta uma leve redução do percentual do PIB dedicado a atividades de pesquisa e desenvolvimento. Enquanto em 2015 os investimentos somaram R$ 87,1 bilhões (1,34% do total PIB), no ano de 2016 eles totalizaram R$ 79,2 bilhões, o correspondente a 1,27% do PIB.

De acordo com o ministério, os indicadores abrangem temas como volume de recursos aplicados no setor; dados sobre a capacitação e ocupação de recursos humanos; quantidade de bolsas de formação concedidas; e dados sobre produção científica e patentes depositadas.

Segundo o coordenador-geral de Gestão, Inovação e Indicadores do MCTIC, Fernando Coelho, o dado é reflexo da conjuntura econômica. "Como 2016 foi um ano de profunda recessão, era esperada uma queda nos investimentos, o que acabou se confirmando", disse.

"Foi um período muito conturbado, de retração orçamentária no país. Isso se refletiu nos dispêndios públicos em pesquisa e desenvolvimento, mas, sobretudo, nos investimentos das empresas no setor", reforçou o coordenador de Indicadores e Informação do MCTIC, Roberto Colares.

Complexidade

Conforme o ministério, a defasagem de dois anos é comum em todos os outros países, em razão da complexidade de levantamento dos dados. Na comparação internacional, a publicação aponta que os investimentos do Brasil em pesquisa e desenvolvimento, levando em consideração o percentual do PIB empregado, são semelhantes aos de países como Rússia, Itália e Portugal.

A produção dos Indicadores Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação é um trabalho realizado anualmente pelo MCTIC. O objetivo é fornecer informações especializadas à comunidade científica, formuladores de políticas, legisladores, estudantes e sociedade. "Esses indicadores são fundamentais para a tomada de decisão em políticas públicas. São uma fonte de informação precisa e confiável para subsidiar os gestores", reforçou Fernando Coelho.

A publicação também traz capítulos sobre recursos humanos nos setores público e empresarial; bolsas de formação; produção científica e patentes. O levantamento mostra, por exemplo, que o Brasil é responsável por produzir 2,51% dos artigos científicos indexados pela plataforma Scopus em nível mundial.

Além disso, há cerca de 200 mil pesquisadores cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e mais de 591 mil profissionais envolvidos em atividades de pesquisa e desenvolvimento em todo o país.

Fonte: Teletime News de 26 de outubro de 2018, pela Redação.

Mercado de TV paga tem estabilidade em setembro

O mercado de TV por assinatura manteve-se praticamente estável no mês de setembro, conforme dados divulgados pela Anatel. Houve uma ligeira perda de 360 assinantes no mês, considerando todas as operadoras. A base de assinantes ficou em 17,791 milhões no final de setembro. Isso não significa que entre as operadoras não tenha havido fortes oscilações. A maior operadora, Claro Brasil, por exemplo, teve uma significativa queda de 67,8 mil assinantes, fechando o período de 8,824 milhões de clientes. A queda maior ficou por conta da operação de DTH do grupo, que registrou queda de quase 40 mil assinantes (fechando setembro com 1,69 milhão de clientes) e a operação de cabo perdeu outros 28 mil assinantes, fechando com 7,13 milhões. Em compensação, a Sky teve uma variação positiva de 35 mil assinantes (fechando o mês em 5,24 milhões de clientes), assim como a Oi TV, que manteve a tendência de crescimento constante há quase dois anos e fechou com 1,59 milhão, ou 20 mil clientes a mais. A Vivo TV perdeu cerca de 10 mil clientes, por 1,6 milhão. Houve ainda um número de 23 mil assinantes a mais entre as demais operadoras, que agora totalizam 437 mil clientes. Note-se que a Anatel ajustou os dados de agosto referentes a estas empresas. Não houve, portanto, crescimento. Tanto que a Anatel aponta queda de 25 mil assinantes no mês e 426 mil no ano.

Fonte: Teletime News de 26 de outubro de 2018, por Samuel Possebon.

STF derruba lei estadual sobre telecomunicações

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) julgaram procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5575) movida pela Associação das Operadoras de Celular (Acel). No ato, a entidade questionava a constitucionalidade da lei 10.513/2015 da Paraíba, que dispõe sobre mensagem de advertência de operadoras de telefonia fixa e celular nas chamadas telefônicas originadas para outras operadoras.

A associação argumentou que a norma estadual viola a competência privativa da União para legislar sobre os serviços de telecomunicações. O processo estava sob a relatoria do ministro Luiz Fux.

Fonte: Teletime News de 26 de outubro de 2018, pela Redação.

Anatel amplia prazo para operadoras de satélite resolverem questões sobre interferência

A Anatel ampliou o prazo para o dia 26 de novembro para que Hispasat e Telesat apresentem, de forma isolada ou conjunta, proposta alternativa de acordo que viabilize a operação dos satélites Amazonas-2 e T19V, respectivamente, nas faixas da banda Ku. Antes, as empresas tinham até este mês de outubro para iniciar as operações. O órgão regulador publicou o despacho com a determinação no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 26.

Em agosto, a agência havia adotado uma medida cautelar por meio de outro despacho para evitar interferência entre os satélites, afirmando que a operação do T19V poderia gerar problemas na prestação de serviço de DTH pela Telefônica. A prestadora oferece o serviço por meio do satélite Amazonas 2.

Na determinação desta sexta-feira, a agência também estabelece que a Telefônica e Hispasat apresentem até 10 de dezembro as ações que pretende adotar relativamente ao serviço de DTH provido pelo satélite Amazonas-2, em função das condições operacionais estabelecidas para os satélites T19V e Amazonas-2. No documento, a agência destaca que poderá adotar providência para proteger o direto dos usuários que, por acaso, forem impactados negativamente pela operação.

Fonte: Teletime News de 26 de outubro de 2018, pela Redação.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

TIM destaca as principais pautas da sua agenda regulatória para 2019

O vice-presidente de regulamentação e assuntos institucionais da TIM, Mario Girasole, divide os itens de prioridade na agenda regulatória da operadora para o ano que vem em três grandes temas: 1) a revisão do regulamento de qualidade; 2) a revisão das regras para o relacionamento com os consumidores; 3) e a regulamentação do novo Plano Geral de Metas de Competição (PGMC). Em conversa com este noticiário, ele destacou alguns dos pontos que a operadora vai defender em cada um desses temas.

No novo regulamento de qualidade, a TIM propõe uma revisão dos indicadores de monitoramento dos serviços das operadoras. "Os indicadores atuais foram criados em uma época em que os serviços eram muito diferentes daqueles de hoje", comentou. Ele argumenta que são indicadores mais voltados para uma época em que voz era mais importante que dados. O executivo cita como exemplos os indicadores de entrega de SMS e de completamento de chamadas – este último tem o agravante de contar como não completadas as ligações para telefones que estão desligados. Ele entende que é preciso repensar quais são os indicadores prioritários a partir de agora e propõe uma gestão mais flexível da qualidade, em função das características das redes de dados.

No que diz respeito às relações com os consumidores, a TIM espera que seja conferida a devida relevância aos canais digitais. O regulamento atual foi criado quando algumas das ferramentas de relacionamento digital sequer existiam. "A regulamentação precisa se adaptar. A própria Anatel está se adaptando", comentou, se referindo ao projeto de desenvolvimento de um chatbot para o atendimento da agência. "O regulamento atual não concede a justa relevância a esse tipo de interação, que não é mais exceção, e sim a regra", argumenta. Ele cita como exemplo a determinação de que as faturas telefônicas sejam impressas, a não ser quando o cliente solicitar o recebimento por meio digital. O executivo entende que hoje em dia deveria ser o contrário.

Por fim, quanto à regulamentação do novo PGMC, Girasole destaca especificamente a necessidade de se definir regras para o uso de dutos para a passagem de fibra ótica. "O grande custo de chegar com fibra a uma localidade não é comprar a fibra, mas o direito de passagem. A construção de uma oferta pública de atacado para esses insumos é um passo fundamental para a modernização regulatória", diz.

Fonte: Teletime News de 26 de outubro de 2018, por Fernando Paiva.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

AT&T promete lançamento de rede 5G nos EUA nas "próximas semanas"

A corrida pela tecnologia 5G nos Estados Unidos continua com o anúncio do lançamento "nas próximas semanas" do serviço pela AT&T. A operadora norte-americana confirmou durante teleconferência de resultados financeiros nesta quarta-feira, 24, que a rede móvel de quinta geração deverá iniciar pelo menos em "partes de 12 cidades", notadamente Atlanta, Houston, Nova Orleans, Oklahoma City e Dallas. Mais sete deverão começar a oferecer o serviço no começo de 2019, incluindo Las Vegas, Los Angeles, San Francisco e Orlando.

O serviço da AT&T foca em ondas milimétricas de 28 GHz. Como não há ainda handsets disponíveis, a rede 5G deverá proporcionar o acesso fixo-móvel (FWA, na sigla em inglês), servindo mais como alternativa à infraestrutura legada de cabo e cobre do que propriamente como serviço móvel pessoal. E enquanto não conta com cobertura no restante do território norte-americano, a empresa também anunciou que chegará a 24 cidades com licença de acesso assistido com 4G (LTE-LAA) até o final do ano. Além disso, investe no chamado "5G Evolution" (na verdade, utilizando LTE-Advanced), que consegue velocidade teórica de 400 Mbps atualmente.

Para permitir a implantação de 5G, a companhia também investe em backhaul, aproveitando a expansão do acesso fixo FTTH. A operadora diz ter uma infraestrutura com 18 milhões de premissas de fibra, com plano de chegar até metade de 2019 passando 22 milhões de unidades com fibra, dos quais 14 milhões serão de residências, e 8 milhões de corporativos.

No terceiro trimestre, a AT&T acumulou US$ 45,7 bilhões em receita, um aumento de 15% no comparativo anual. A companhia registrou ainda US$ 6,5 bilhões em fluxo de caixa livre no trimestre, um aumento de 14% em relação ao ano passado.

Fonte: Teletime News de 24 de outubro de 2018, por Bruno do Amaral.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Mundo já conta com um bilhão de conexões de banda larga fixa

O mundo já conta com um bilhão de acessos de banda larga fixa. A marca foi anunciada nesta terça-feira, 23, pelo Broadband Forum, e corroborada pela empresa de análise de mercado Point Topic, que afirma que isso representa um aumento de 2,53% na quantidade de conexões no segundo trimestre deste ano em relação ao trimestre imediatamente anterior, o que seria o maior crescimento dos últimos seis trimestres.

De acordo com a empresa de análise, o mercado global de banda larga fixa contava com 983,456 milhões de acessos ao final do primeiro semestre. Comparado com igual período de 2017, o avanço foi de 9,70%. Por regiões, a América Latina foi responsável por 5% das adições líquidas no segundo trimestre, atrás apenas da Ásia, que teve mais de 80% de todas as novas conexões. No total, a Ásia conta com 53,21% dos acessos no mundo, enquanto a América Latina representa 7,40% do mercado global.

A banda larga fixa no Brasil cresceu entre abril e junho 1,61%, atingindo a penetração de 12,93% da população. O estudo destaca também o avanço de 14% das conexões em fibra no mesmo período. O mercado brasileiro é o sétimo em quantidade total de acessos fixos, após China, Estados Unidos, Japão, Alemanha, Rússia e França. O País está à frente de Reino Unido, Coreia do Sul e Índia. Em termos de adições líquidas no trimestre, o Brasil está em quinto, atrás de China, EUA, Vietnã e Indonésia; e à frente de Egito, Rússia, Turquia, México e África do Sul.

Dados da Anatel referentes ao mesmo período mostram que a banda larga fixa no Brasil em junho totalizava 30,308 milhões de acessos, dos quais 4,132 milhões eram de FTTH. Os acessos via cabo totalizavam 9,250 milhões de contratos, enquanto os de xDSL somavam 12,877 milhões de conexões.

Avanço da fibra

A maioria dos novos acessos no trimestre no mundo veio de países em desenvolvimento, segundo a Point Topic. Por outro lado, os mercados já desenvolvidos têm apresentado crescimento na receita média por usuário (ARPU) em decorrência de ofertas e serviços melhores com velocidades maiores, como a conectividade em gigabit.

O estudo considera ainda que 80% das conexões são FTTx ou baseadas em cabo, enquanto os acessos xDSL continuam a cair – somente no último ano, a queda foi de 7,6%. Na mesma comparação, os acessos FTTH avançaram 23,8%, enquanto os FTTx subiram 5,8%. O cabo aumentou 4,9% no período, e o satélite, 0,6%. Por outro lado, as conexões de rádio caíram 3,6%.

A China liderou a adoção em fibra, com aumento anual de 26% nas conexões FTTH (ou 80% das adições globais no período). Outros países que foram destaque nesse tipo de última milha, incluem o Brasil (14%), África do Sul (19%), Reino Unido (10%) e França (9%).

Em comunicado, o CEO do Broadband Forum, Robin Mersh, ressaltou as oportunidades que a banda larga fixa traz com serviços baseados em cloud, virtualização e inteligência artificial. Mas também há desafios para a indústria conectar os mais de um bilhão de "clientes em potencial" ainda desconectados. "Isso representa outra área de enorme potencial de crescimento e oportunidade – tanto para operadoras procurando novos mercados quanto para melhoria na qualidade de vida desses assinantes em potencial", declarou.

Fonte: Teletime News de 23 de outubro de 2018, por Bruno do Amaral.

Anatel registra queda de 14,3% nas reclamações em setembro

A Anatel registrou em setembro 224,9 mil reclamações de usuários de serviços, uma redução de 37,5 mil queixas (queda de 14,3%) em relação ao mesmo mês em 2017. De acordo com o levantamento, as principais queixas foram em relação à cobrança e à qualidade de serviços. Na comparação com agosto, a agência informou ter havido queda de 10,3%, ou 25,7 mil registros.

Conforme o levantamento, a redução de reclamações nos últimos meses foi constatada em quase todos os principais serviços de telecomunicações. A exceção foi banda larga fixa, que apresentou aumento de 2,6 mil reclamações (6,3%) na comparação com setembro de 2017. A telefonia móvel registrou menos 27,6 mil reclamações (recuo de 21,5%); a telefonia fixa menos 7,5 mil (12,6%); e a TV por assinatura menos 5 mil (14,5%), no período.

Serviços

Segundo levantamento da Anatel, no mês de setembro de 2018, a telefonia móvel pós-paga registrou 33,7 mil (46,7%) queixas sobre cobrança; 7 mil (9,8%) sobre qualidade e funcionamento dos serviços; e 7 mil (9,7%) sobre cancelamento. Na modalidade pré-paga, foram 10,6 mil reclamações (37%) sobre créditos; 5,2 mil (18%), ofertas, bônus e promoções; e 3,9 mil (13,6%) sobre qualidade e funcionamento. A telefonia fixa teve 22,2 mil (42,8%) reclamações de cobrança; 8,7 mil (16,8%) a respeito de qualidade e funcionamento; e 5,6 mil (10,7%) sobre cancelamento.

No mesmo período, o serviço de banda larga fixa registrou 15,7 mil reclamações divididas em qualidade e funcionamento (36,5%); 13,1 mil (30,4%) de cobrança; e 3,7 mil (8,6%) de cancelamento. A TV por assinatura registrou em setembro deste ano 14,9 mil queixas motivadas por cobrança (50,8%); 3,2 mil (10,8%) por cancelamento; e 2,8 mil (9,5%) por ofertas, bônus e promoções.

Operadoras

De acordo com os dados de setembro de 2018 em relação a setembro do ano passado, na telefonia móvel a Vivo apresentou redução de 8,2 mil reclamações (recuo de 29,6%); a TIM, menos 6,4 mil (13,7%); a Nextel, menos 4,6 mil (53,8%); a Claro, menos 5,6 mil (20,9%); e a Oi, menos 2,7 mil (15,3%). Na telefonia fixa, a Oi registrou menos 5,6 mil reclamações (redução de 17,4%); a Net, menos 2,7 mil (33,1%); e a Vivo, menos 0,2 mil (1,4%).

Na TV por assinatura, nos últimos 12 meses a Sky teve redução de 2,7 mil reclamações (22,6%), o grupo Net/Claro menos 1,7 mil (10,2%) e a Oi menos 0,9 mil (25,8%), enquanto a Vivo cresceu o indicador com cerca de 300 reclamações (11,4%). Nesse período, em relação às queixas sobre banda larga fixa, a Oi teve queda de 6,1 mil reclamações (36,6%); a Vivo menos 600 reclamações (4,8%); e a Net teve aumento de 0,9 mil reclamações (13,5%).

Estados

As reclamações dos principais serviços de telecomunicações tiveram redução em todas as unidades da Federação, comparando-se setembro de 2018 a setembro de 2017. As maiores reduções ocorreram em São Paulo, menos 7,9 mil reclamações (recuo de 9,9%); no Rio de Janeiro, menos 7,1 mil (17,4%); em Minas Gerais, menos 4,6 mil (13,1%); na Bahia, menos 3,5 mil reclamações (20,2%); e em Pernambuco, menos 1,7 mil (22%). Proporcionalmente, a maior redução de queixas ocorreu em Rondônia, com 33,9% em relação a setembro do ano passado.

Fonte: Teletime News de 23 de outubro de 2018, pela Redação.

5G abrirá novas oportunidades para IoT na agricultura e na mineração, diz TIM

O advento da quinta geração de telefonia celular (5G) no Brasil tornará possível o surgimento de novas aplicações de Internet das Coisas (IoT) na agricultura e na mineração, prevê o vice-presidente de tecnologia da TIM, Leonardo Capdeville.

Em conversa com Mobile Time, ele citou dois exemplos. No caso da agricultura, será possível controlar máquinas agrícolas à distância, como tratores e colheitadeiras, graças à baixa latência e à alta velocidade dessa rede. Isso trará mais eficiência para as atividades agrícolas. Na mineração, por sua vez, será possível enviar robôs para explorar novas minas tão logo estas forem abertas. Atualmente, é preciso esperar pelo menos 90 dias para seres humanos entrarem, em razão da presença de gases tóxicos.

"No nosso ponto de vista, 5G é disruptiva e gera uma onda de oportunidades para o País, aumentando a competitividade da economia. Não à toa, existe uma corrida entre EUA e China pela 5G. Não é questão só de dominar a tecnologia, mas os dois países entenderam que com a 5G você consegue ser mais produtivo", diz Capdeville.

Para o executivo da TIM, se o governo compartilhar da mesma visão, não deveria realizar um leilão com objetivo meramente arrecadatório pelo espectro para 5G. "O aumento da arrecadação virá de forma indireta, com o aumento da produção e com o melhor uso de recursos", argumenta.

Fonte: Teletime News de 23 de outubro de 2018, por Fernando Paiva

Sistema de baixa órbita é testado com sucesso em banda larga para aviões

Telesat, Gilat e Global Eagle realizaram com sucesso testes para banda larga embarcada em avião proporcionada por capacidade satelital de baixa órbita (LEO). Segundo as empresas anunciaram nesta terça-feira, 23, foram utilizados o modem para aeronaves da Gilat, o avião de teste Albatross One, da Global Eagle, e o satélite Phase 1, da Telesat, lançado no começo deste ano. Além da conectividade bem sucedida, o teste incluiu a transição transparente entre o sistema LEO e um artefato de órbita geoestacionária (GEO) da operadora satelital. A esperança é que a constelação de baixa órbita permita não apenas incremento na capacidade da banda larga e cobertura global para voos, mas também na latência menor característica do sistema LEO.

Fonte: Teletime News de 23 de outubro de 2018, por Bruno do Amaral.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Operadoras de satélite aumentam proposta de destinação de banda C para 5G nos EUA

Operadoras satelitais anunciaram nesta segunda-feira, 22, proposta para aumento de 80% na alocação de espectro na banda C para 5G nos Estados Unidos. A organização C-Band Alliance, formada pelas empresas Intelsat, SES, Eutelsat e Telesat, sugere à agência reguladora Federal Communications Commission (FCC) o uso de 200 MHz de capacidade na frequência de 3,5 GHz para o serviço móvel. A limpeza da faixa poderia levar de 18 a 36 meses para ser concluída, caso a proposta seja "completamente adotada", diz a entidade.

Vale lembrar que a faixa de 3,5 GHz é uma das várias que os Estados Unidos consideram atribuir à 5G em um futuro leilão. Porém, a proposta da CBA pode ainda não ser suficiente. A operadora US Cellular, por exemplo, busca um montante de 500 MHz na faixa de 3,7 GHz a 4,2 GHz. Em setembro, representante da tele afirmou durante a Mobile World Congress Americas que a destinação de uma porção menor (na época, mencionou 150 MHz) seria "um desastre".

A sugestão da C-Band Alliance de agora é uma atualização do que a SES e a Intelsat haviam anunciado em fevereiro. Na época, citando um modelo utilizado pela Intelsat e a fornecedora de chipsets Intel, a sugestão era de destinar cerca de 100 MHz em downlink para a banda C. Em julho, a Eutelsat se uniu para a proposta conjunta, seguida da Telesat.

Segundo o grupo de operadoras de satélite, a proposta atual é a "única que equilibra as necessidades de proteger a comunidade de usuários de banda C, que inclui distribuição de programação de rádio e televisão para 100 milhões de residências dos EUA, assim como de mídia privada comercial e governamental e redes de dados; com o forte interesse público em rápida implantação de redes 5G no país". A intenção da C-Band Alliance é participar do planejamento detalhado da migração dos usuários de broadcast para novas frequências. Para tanto, sugerem nova capacidade satelital e soluções "tecnicamente inovadoras", implantando nova infraestrutura terrestre e modificando a já existente. A ideia, pelo menos em sua concepção original, era que a entidade fizesse a supervisão de governança da iniciativa, incluindo a definição e implantação da metodologia de limpeza de espectro.

O anúncio da proposta contém um aviso: a readequação de 200 MHz em banda C depende de "um número de fatores" que não podem ser garantidos e que podem resultar em incertezas. Isso inclui a aprovação da própria FCC e "processos satisfatórios baseados em mercado com potencial para usuários 5G terrestres do espectro realocado". A proposta será submetida à consulta pública realizada pela FCC e que vai até o dia 29 próximo.

Fonte: Teletime News de 22 de outubro de 2018, por Bruno do Amaral.

Angola Cables quer transformar rota para Luanda em hub

Já em operação desde o início do mês, o Sistema do Cabo do Atlântico Sul (SACS, na sigla em inglês) faz parte da estratégia da operadora de cabos submarinos Angola Cables para tornar um hub para o Hemisfério Sul. A ideia é combinar o sistema com o cabo Monet (que conta com participação da angolana em conjunto com Google, Algar Telecom e a uruguaia Antel) e o Sistema do Cabo da África Ocidental (WACS) para oferecer rotas não só para o país africano, mas também para os Estados Unidos e Europa. A companhia espera mudar "drasticamente" as opções globais de tráfego, melhorando a eficiência de redes que atendem à região.

O cabo, construído e implantado pela NEC, conecta Fortaleza a Luanda e tem como objetivo atender a mercado de provedores de Internet, de serviço em nuvem e de conteúdo over-the-top. De acordo com a Angola Cables, o sistema consegue fazer uma transmissão entre as capitais cearense e angolana ser reduzida de 350 milissegundos para 63 ms. Por meio do roteamento com o Monet, permite também ligar Luanda a Londres e Miami em aproximadamente 128 ms. Já entre Miami e Cape Town (África do Sul), a latência cairá de 338 ms para 163 ms.

Além do início da operação do cabo submarino, a companhia também anunciou lançamento de serviço de peering remoto, que utiliza a infraestrutura para chegar à Europa e aos principais pontos de troca de tráfego (PTTs) europeus pela África. Conforme pontua a empresa, isso significa "não precisar passar obrigatoriamente pelos Estados Unidos".

"Nossa ambição é transportar pacotes de dados da América do Sul e Ásia, via nosso hub africano usando o SACS, e junto com Monet e WACS, proporcionar uma opção de conectividade direta mais eficiente entre as Américas do Norte, Central e do Sul para África, Europa e Ásia", afirmou em comunicado o CEO da Angola Cables, António Nunes. O cabo tem extensão de mais de 6,2 mil km, capacidade de 40 Tbps e com largura de bandas de 100 Gbps x 100 Gbps em cada par de fibras.

Fonte: Teletime News de 22 de outubro de 2018, por Bruno do Amaral.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Temer refaz mensagem e indica Moisés Moreira apenas para conselho da Anatel

O Palácio do Planalto reenviou nesta sexta, 19, a mensagem ao Senado com a indicação de Moisés Queiroz Moreira, atual secretário de radiodifusão, para a Anatel. Houve uma mudança significativa em relação à mensagem anterior. Agora, Moreira não está mais indicado para a presidência da agência. Isso não quer dizer que ele não será o presidente, pois no caso da Anatel o cargo de presidente está desvinculado do mandato e pode ser exercido por qualquer um dos conselheiros, mediante decreto presidencial. A única vez que a mensagem para o Senado foi acompanhada da especificação do cargo aconteceu justamente com Juarez Quadros, atual presidente, em setembro de 2016. Naquela ocasião, não houve uma retificação da mensagem. Antes de Quadros, as indicações eram para a vaga no conselho e a qualificação vinha em um decreto separado, já com o conselho recomposto. De qualquer forma, como já havia adiantado este noticiário, houve movimentos no Congresso para que o conselheiro Emmanoel Campelo fosse colocado na presidência. Mas nada indica que isso vá acontecer.

Fonte: Teletime News de 19 de outubro de 2018, por Samuel Possebon,

Aníbal Diniz defende proposta que altera Fust e diz que setor precisa se unir

Elaborado com o Plano Estrutural de Redes de Telecomunicações (PERT), o anteprojeto de Lei que altera a contribuição do Fundo de Universalização de Serviços de Telecomunicações (Fust) não agradou as teles. Porém, para o autor do projeto, conselheiro Aníbal Diniz, trata-se apenas de esclarecer esses pontos de controvérsia, especialmente no que diz respeito ao suposto aumento da arrecadação, que ele afirma se tratar apenas de uma "diferença contábil" e que pode ser ajustado.

"Na realidade há um desentendimento com operadoras que entendem que estamos criando um novo imposto, aumentando o índice de cobrança do Fust. Mas não ocorre isso. O projeto focou muito na neutralidade tributária no sentido de não ter qualquer acréscimo", disse a este noticiário. Ele explica que a proposta reduz o Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) para 30% do valor atual (de R$ 2,867 bilhões para R$ 826 milhões, uma redução de R$ 2,041 bilhões ao ano), realocando os 70% que seriam arrecadados para o Fust e o habilitando para investimentos no setor. "Não haveria onerosidade. Agora, há uma diferença contábil aí que vamos ter que ajustar, e a gente espera a contribuição das empresas para chegar a um denominador", diz.

Diniz afirma que já está se mobilizando para esclarecer os pontos com as operadoras, embora as empresas tenham voltado a se manifestar nesta semana contra o aumento da alíquota do Fust. O conselheiro diz ter alinhado a proposta com a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), e que "tem agenda" com a Associação Brasileira de Internet (Abranet). "Dos grandes, conversamos duas vezes com a Vivo e com a Claro. Eles particularmente apresentaram preocupações com onerosidade, mas estamos mostrando que, se tiver qualquer dúvida, é possível tirá-la", conta.

O entendimento de Aníbal Diniz é que a proposta permite destravar a utilização dos recursos, e que por isso precisa ser defendida pelas próprias operadoras em conjunto. "O fundamental é unificar o setor na defesa de que o fundo seja transformado em investimento. É um desafio para o setor também: o fundo existe há 20 anos e está lá, paralisado. O setor vai ter que responder se quer investimento em infraestrutura ou não quer. Porque se quiser, vai ter que unificar o discurso, não dá para cada qual defender uma proposta." Perguntado sobre possíveis ajustes realizados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) na proposta, Diniz entende que isso será feito em diálogo com a Anatel.

Diálogo com candidatos

Durante painel com a Abrint na Futurecom nesta semana, ele reiterou que a minuta do anteprojeto sintetiza os 80 projetos atualmente no Congresso. Defendeu também que o Fust é o único fundo que não tem um comitê gestor e não consegue ser aplicado – a proposta cria essa entidade e a vincula ao BNDES, que administraria o fundo de aval sustentado pelo Fust e permitiria o investimento em financiamento reembolsável.

Para ele, o momento é "oportuno" para apresentar o teor da proposta aos dois candidatos à presidência da República. "Independente de quem vença, é possível dialogar para que haja a possibilidade de destravar o setor, principalmente para os pequenos", declarou.

A minuta do anteprojeto de Lei foi aprovada pelo Conselho Diretor da Anatel e encaminhada ao MCTIC. Após a apreciação na pasta, deverá ser encaminhada para a Casa Civil, e de lá ir ao Congresso.

Fonte: Teletime News de 19 de outubro de 2018, por Bruno do Amaral.

Novas regras do preço público de exploração de satélites podem sair ainda este ano

De acordo com o superintendente de outorga e recursos à prestação da Anatel, Vitor Elisio Menezes, a proposta de regulamento de cobrança do Preço Público pelo Direito de Exploração de Satélite (PPDES) poderá sair ainda neste ano. Menezes lembra que o texto já passou por consulta pública e foi aprovado pelo conselho, restando agora à apreciação da procuradoria. "Se voltar o processo, tem chance de ser aprovado ainda em 2018", declarou.

A proposta altera a fórmula do preço do direito de exploração ao estabelecer valor fixo orientado a custo administrativo. Sem os dois fatores de referência, que se pautavam pelo preço final do certame anterior (incluindo o ágio) e banda de referência (que não era atualizada "há muito tempo"), o valor pode baixar de R$ 27 milhões para cerca de R$ 100 mil – citando o caso do direito de exploração total da Eutelsat com seu satélite 65W. "O pessoal da Fazenda está querendo matar a gente", brinca.

A justificativa para a redução é a de atualizar as regras para novos modelos de operação, incluindo o HTS, além de proporcionar maior abertura para investimentos no setor no País. "A regra atual faz com que empresas de satélite não dediquem sua capacidade no Brasil, e a gente poderia ter mais oferta de serviço", analisa Menezes. "É uma barreira quase intransponível."

O novo regulamento propõe também não ser mais necessário executar leilões, implantando uma fila única de processamento de pedidos tanto para satélites brasileiros quanto estrangeiros. Vitor Menezes afirma que essa proposta, contudo, pode ser mais complicada de ser aprovada. "Não sabemos ainda se conseguimos deixar de processar licitação, pois depende de mudança legislativa", diz. Segundo o superintendente da Anatel, apenas Brasil e México ainda fazem leilões de direito de exploração satelital.

Bandas Q e V

Menezes ainda reiterou que a Anatel vai propor na União Internacional de Telecomunicações a utilização das bandas Q e V (40 GHz e 50 GHz) para operação satelital. "Estamos nos preparando para o futuro", declarou ele. O envio da proposta, possibilitado com a regularização do orçamento da agência, foi anunciado em agosto, durante o Congresso Latinoamericano de Satélites, no Rio de Janeiro.

Fonte: Teletime News de 19 de outubro de 2018, por Bruno do Amaral.

'Endowments' poderiam substituir Fust, sugere provedor regional

A proposta de alteração da alíquota do Fundo de Universalização de Telecomunicações (Fust) não é unanimidade no setor e, embora conte com o apoio da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), há outras sugestões por parte dos provedores regionais. A diretora jurídica da Netserv, Cristiane Sanches, propõe a criação de um fundo administrado de forma privada, com garantias de previsibilidade e continuidade da aplicação de recursos. Ela sugere a instituição de "fundos patrimoniais", que serviriam para desassociar o fundo da conta do tesouro, com uma entidade própria o administrando.

"O conceito já existe na legislação e é emprestado do direito americano, os 'endowments', que são geridos por entidade privada específica, de longo prazo de cumprimento e regime de governança diferenciado". Sanches propõe que os recursos poderiam vir de tributos como o Fistel, ou mesmo de multas aplicadas pela Anatel, do MCTIC ou de cotas da União.

O BNDES já trabalha com o conceito de endowments, mas destinado à incentivos culturais "para além da própria Lei Rouanet e outros mecanismos fiscais". Conforme o próprio banco explica, tratam-se de fundos utilizados para manutenção de entidades culturais nos Estados Unidos. Na Inglaterra e Itália, contam com recursos vindos da loteria.

Sanches ressalta que essa proposta está no contexto da garantia da expansão de infraestrutura para a banda larga fixa. Ela citar último relatório da União Internacional de Telecomunicações, que destaca o impacto econômico da melhora da penetração da banda larga, e que esses efeitos são sentidos de forma permanente com o acesso fixo, em comparação com a rede móvel. Por isso, entende que a categorização de localidades no novo Plano Geral de Metas e Competição deve promover o desenvolvimento das redes de transporte e de acesso com as empresas regionais. "A gente espera que o tratamento da categoria 3 de municípios do PGMC em circuito de alta capacidade não seja vista pelo mercado das carriers com medo, mas pelo contrário, para que a cidade evolua para a categoria 2, e depois 1, com alta competitividade."

Atualizações

Durante debate que aconteceu na Futurecom nesta semana, Cristina Sanches também lembra que o mercado de prestadoras de pequeno porte (PPP) atualmente lida com a assimetria de informações entre as empresas e a Anatel. "Isso gera desequilíbrio, vide situações como o TAC da Vivo. Serve para a gente receber como autocrítica, para provedores e mercado corrigirem isso, se não, nunca teremos diagnóstico adequado."O conselheiro Aníbal Diniz lembra que o Plano Estrutural de Redes de Telecomunicações (PERT), ao qual está agregada a proposta de alteração do Fust, e o PGMC são "absolutamente complementares". E lembra que, para corrigir a assimetria de informações especialmente com as PPPs, a proposta é que o PERT seja de longo prazo, mas atualizado a cada dois anos. A Abrint sugere que a atualização seja anual.

Fonte: Teletime News de 19 de outubro de 2018, por Bruno do Amaral.