O vice-presidente de regulamentação e assuntos institucionais da TIM, Mario Girasole, divide os itens de prioridade na agenda regulatória da operadora para o ano que vem em três grandes temas: 1) a revisão do regulamento de qualidade; 2) a revisão das regras para o relacionamento com os consumidores; 3) e a regulamentação do novo Plano Geral de Metas de Competição (PGMC). Em conversa com este noticiário, ele destacou alguns dos pontos que a operadora vai defender em cada um desses temas.
No novo regulamento de qualidade, a TIM propõe uma revisão dos indicadores de monitoramento dos serviços das operadoras. "Os indicadores atuais foram criados em uma época em que os serviços eram muito diferentes daqueles de hoje", comentou. Ele argumenta que são indicadores mais voltados para uma época em que voz era mais importante que dados. O executivo cita como exemplos os indicadores de entrega de SMS e de completamento de chamadas – este último tem o agravante de contar como não completadas as ligações para telefones que estão desligados. Ele entende que é preciso repensar quais são os indicadores prioritários a partir de agora e propõe uma gestão mais flexível da qualidade, em função das características das redes de dados.
No que diz respeito às relações com os consumidores, a TIM espera que seja conferida a devida relevância aos canais digitais. O regulamento atual foi criado quando algumas das ferramentas de relacionamento digital sequer existiam. "A regulamentação precisa se adaptar. A própria Anatel está se adaptando", comentou, se referindo ao projeto de desenvolvimento de um chatbot para o atendimento da agência. "O regulamento atual não concede a justa relevância a esse tipo de interação, que não é mais exceção, e sim a regra", argumenta. Ele cita como exemplo a determinação de que as faturas telefônicas sejam impressas, a não ser quando o cliente solicitar o recebimento por meio digital. O executivo entende que hoje em dia deveria ser o contrário.
Por fim, quanto à regulamentação do novo PGMC, Girasole destaca especificamente a necessidade de se definir regras para o uso de dutos para a passagem de fibra ótica. "O grande custo de chegar com fibra a uma localidade não é comprar a fibra, mas o direito de passagem. A construção de uma oferta pública de atacado para esses insumos é um passo fundamental para a modernização regulatória", diz.
Fonte: Teletime News de 26 de outubro de 2018, por Fernando Paiva.
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