A falta de infraestrutura básica de conectividade e o desvio do foco no cidadão para a tecnologia ainda é um entrave para a adoção de smart cities no Brasil, avaliou o professor e diretor do LabCHIS, da Universidade Federal de Santa Catarina, Eduardo Moreira da Costa. "Simplesmente ter acesso de qualidade em qualquer cidade já seria incrível", analisa. "Para engajar o cidadão, primeiro precisa dar acesso à Internet de qualidade, depois é perguntar o que é importante e faz uma diferença fundamental para ele", explica.
Para Costa, qualquer indicador de cidade inteligente precisa necessariamente ter sido feito para o próprio cidadão avaliar. "Existe fixação em torno de equipamentos, e não no benefício do cidadão", afirmou ele durante painel na Futurecom nesta terça, 16. "É para se usar tecnologia, mas primeiro tem de identificar o problema."
Na visão do diretor do departamento de inclusão digital do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Américo Bernardes, a chave para a estratégia de smart city são os pilares de segurança e mobilidade. "O ministério tem procurado promover ações de infraestrutura, de conectividade, e que são discussões de políticas para impulsionar o avanço na oferta de acesso", diz. Ele lembra, contudo, que a dificuldade para a implantação de infraestrutura, com a questão da ocupação dos postes e da legislação local de antenas, é um fator que pesa.
"Isso é algo que as prefeituras que querem projeto de cidade inteligente poderiam nos ajudar, facilitando as regras locais para empresas poderem fazer a expansão da infraestrutura", faz coro a diretora executiva da Embratel, Maria Teresa de Azevedo Lima. "A prefeitura precisa entender que isso não é uma fonte de arrecadação."
O diretor de soluções de engenharia da Nec, Wagner Coppede, destaca caso da cidade britânica de Bristol, onde a fornecedora chinesa tem parceria com prefeitura e universidade locais para "prover rede de altíssima qualidade com SDN e LTE, com plano de adotar 5G quando ficar comercial". A empresa diz prover a conectividade para estudantes e startups para que, por sua vez, possam lançar e homologar serviços.
Fonte: Teletime News de 16 de outubro de 2018, por Bruno do Amaral.
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