quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Volatilidade das ações da Oi é justificada por Rodrigo Abreu

O desempenho da Oi no mercado acionário é endereçado pelo presidente da companhia, Rodrigo Abreu, em especial com dois fatores: a característica dos investidores pessoa física e o próprio entendimento do mercado em relação ao plano de reestruturação. Sobretudo, há de se considerar a Nova Oi como não apenas a operação resultante após todos os desinvestimentos, mas também o que a companhia poderá obter ainda com a participação na V.Tal (antiga InfraCo).

A capacidade de gerar uma margem de 40 a 50% do EBITDA da V.tal (que deverá ser de até R$ 60 bilhões, segundo prevê o executivo), com múltiplos de 10 a 15x, também deve ser um fator para gerar mais valor de volta à Oi. Além disso, a V.Tal tem a possibilidade de oferecer crescimento em receitas também. Isso deveria ser levado em conta, acredita ele, pelo mercado.

Ele argumenta ainda que o segmento de telecomunicações tem um perfil longo para mostrar resultados. O próprio andamento da recuperação judicial seria a prova. "A diferença da RJ tradicional é que, nessas, muitas vezes é uma liquidação disfarçada. Na Oi não vai ser isso, vamos ter estrutura para ser sustentáveis, seja na V.Tal com participação, seja na base de futuro sustentável", afirma.

Perfil

O fato de a companhia estar em recuperação judicial também traz consequências. Segundo Abreu, isso impede a participação de fundos soberanos como acionistas, e acaba deixando a companhia com um perfil de investidor pessoa física. "O percentual de PF é alto na nossa companhia, tem volatilidade que realmente talvez não tenha nada a ver com o nosso 'underline'."

No caso dos acionistas, Abreu diz que muito das volatilidades ocorreu por conta de "eventos" – ou seja, acontecimentos específicos e com grande impacto na empresa, como a aprovação do aditamento ao plano de recuperação judicial e os processos de vendas de ativos da Unitel, da Oi Móvel e da InfraCo.

"Daqui para frente, os eventos serão menores e menos significativos. O que tem que acontecer [para os papéis voltarem a se valorizar] é uma sequência de bons resultados operacionais e, depois de certo tempo, resultados em números que mostrem que o plano está sendo trilhado", declarou o executivo durante live promovida pela XP Investimentos nesta quarta-feira, 8.

Desde janeiro deste ano, as ações preferenciais (OIBR4) caíram 45,97%. Já as ordinárias (OIBR3) tiveram recuo ainda maior: 58,30%.

DTH

Rodrigo Abreu diz que um desses eventos que poderão acontecer é a venda da unidade produtiva isolada da TV por assinatura via satélite, a TVCo. O executivo diz que a decisão de venda se dá por imaginar que o mercado não terá capacidade de abrigar muitos players, o que levará à consolidação. "Óbvio que estamos trabalhando também nesse possível evento no futuro", diz, sem dar maiores detalhes se há interessados ou propostas informais.

Fonte: Teletime News de 8 de setembro de 2021, por Bruno do Amaral.

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