A Intelsat pode estar próxima de entrar em recuperação judicial, faltando apenas encontrar fundos para um empréstimo de concordata no valor de US$ 750 milhões para se adequar à lei norte-americana do Chapter 11. Com a proteção da RJ, a operadora de satélites poderia esperar a quantia de US$ 4,8 bilhões que o governo dos Estados Unidos deverá disponibilizar para a limpeza adiantada do espectro na banda C, visando a liberação da frequência de 3,5 GHz para um leilão de 5G no final deste ano.
Citando "fontes com conhecimento" dos planos, a agência Bloomberg afirmou nesta terça-feira, 14, que a JPMorgan Chase estaria em busca do empréstimo com investidores institucionais, dos quais vários seriam especializados em restruturação financeira. A publicação diz que não houve nenhuma decisão oficial ainda, mas que a situação continua volátil, a depender das condições do mercado.
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Ainda de acordo com a Bloomberg, disrupções "sem precedentes" tanto no serviço de banda larga como na conectividade móvel já teriam causado impacto na operadora por conta do coronavírus. No dia 6 de abril, a Intelsat afirmou que não havia notado disrupções nas operações globais. No entanto, a companhia acabou enviando três dias depois um novo comunicado afirmando que estaria recuando das projeções já divulgadas para 2020 e anos seguintes, como receita, EBITDA ajustado e Capex, justamente por conta do impacto do vírus.
Financeiro
Mesmo antes da pandemia, a situação já não era favorável para a Intelsat neste ano. A Appaloosa, um fundo de investimentos hedge que lidera um consórcio com participação de 7,4% na operadora satelital, chegou a mencionar que a operadora poderia entrar em recuperação judicial ao aceitar o acordo com a Federal Communications Commission (FCC) de US$ 4,8 bilhões, sob o argumento de que a operação de limpeza acabaria trazendo mais problemas financeiros.
Vale ressaltar que empresa inicialmente rejeitou a proposta da FCC, o que trouxe outros problemas. A operadora formava com a SES e a Telesat o grupo C-Band Alliance (CBA), mas as negociações infrutíferas com o regulador norte-americano a levaram a considerar a aliança "inútil", o que causou atrito com a SES.
No balanço financeiro de 2019, divulgado em fevereiro último, a companhia registrou um aumento de 53% no prejuízo, totalizando US$ 911,2 milhões. A dívida de longo prazo encerrou o ano passado em US$ 14,5 bilhões.
Fonte: Teletime News de 14 de abril de 2020, por Bruno do Amaral.
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