quarta-feira, 24 de junho de 2020

89% das crianças e dos adolescentes brasileiros são usuários de Internet

[Publicado no Mobile Time] No Brasil, 89% das crianças e dos adolescentes são usuários de Internet. No entanto, 4,8 milhões das pessoas de 9 a 17 anos ainda moram em domicílios sem acesso à rede, o que representa 18% dessa população. Os dados são da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2019, divulgada nesta terça-feira, 23, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O estudo também apontou que 1,4 milhão de crianças e adolescentes nunca acessaram à Internet.

"Nos tempos de necessário distanciamento, a Internet se tornou uma janela para o mundo. É onde a gente se relaciona com família, amigos, onde a gente compra, se diverte, usa serviços do governo e estuda. E, no Brasil ainda temos 4,8 milhões de crianças em domicílios sem acesso à Internet. Isso mostra as condições limitadas da população e o engajamento mínimo à aprendizagem fica muito comprometido", explicou durante a apresentação dos dados da TIC Kids Online Brasil Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.
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Tipo de acesso

Ao serem perguntados se tinham acessado à Internet nos últimos três meses, 100% da população das classes AB disseram que sim. O número cai para 94% na classe C e desce um tanto mais entre as classes DE, indo para 80%.

Como um todo, o uso do celular vem num crescente na comparação com os anos anteriores da pesquisa – aumentou dois pontos percentuais, de 93% em 2018 para 95% em 2019. Porém, para a coordenadora da pesquisa, Luisa Adib, o tipo de dispositivo que acessa à rede reforça a desigualdade social presente no País, apesar de ser graças ao smartphone que muitas crianças e adolescentes estão conectados à Internet.

Em média, 58% das crianças e adolescentes acessam à Internet unicamente pelo celular. Ao separar por classe econômica, o uso exclusivo do celular é significativamente maior entre a população DE, com 73%. Já entre a classe C, cai para 59%, e nas classes AB 25% usam somente o smartphone para entrar na Internet.

Porém, a análise aponta que, enquanto o celular é o ponto que une as classes, sendo usado por 98% da população AB, 96% pela C e 92% pelas classes DE, o computador, por outro lado, vem em franco declínio. Apenas 21% da população DE usa o dispositivo, enquanto 39% na classe C e 75% nas classes AB.

Durante a apresentação dos dados da pesquisa TIC Kids Online, Barbosa destacou os desníveis sociais como consequência da desigualdade digital. "Com a totalidade das escolas fechadas no momento, a falta de acesso à Internet amplifica as desigualdades no sistema público de educação. Ações e iniciativas do governo ou de outras partes para uma solução temporária são bem vindas, mas precisamos pensar numa solução de inclusão para essas crianças e adolescentes que seja permanente".
Wi-Fi

O tipo de conexão para acessar a Internet de crianças de adolescentes também é outro ponto que reforça as desigualdades sociais, segundo os responsáveis pela pesquisa. O uso exclusivo do Wi-Fi é feito por 87% da população de 9 a 17 anos, enquanto o 3G e o 4G está em 49%. O mix de uso entre as duas formas de conexão entre as classes AB é de 56%. Entre as pessoas da classe C, a porcentagem cai para 40% e na população DE é de 36%.

Metodologia

O estudo TIC Kids Online Brasil 2019 entrevistou 2.954 crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, e 2.954 pais e responsáveis de todo o País. Foram realizadas entrevistas presenciais entre outubro de 2019 e março de 2020 que tinham como objetivo entender como essa população utiliza a Internet e como lida com os riscos e oportunidades decorrentes desse uso.

Vale lembrar que Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) também apresentaram nas últimas semanas as pesquisas TIC Educação 2019 e TIC Domicílios 2019.

Fonte: Teletime News de 23 de junho de 2020 por Isabel Butcher.

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