Algumas dúvidas populares referentes à tecnologia 5G continuam sendo questionadas. Durante teleconferência promovida pelo deputado Vinícius Carvalho (Republicanos-SP) nesta semana, o presidente da Anatel, Leonardo Euler, respondeu algumas dessas questões. Mas outras foram levantadas, como a possibilidade de carros autônomos virarem realidade com a nova rede móvel.
Parte dos espectadores da live do parlamentar acreditava que os celulares 4G atuais poderiam funcionar com a próxima geração. Ainda que os dispositivos sejam novos, não vai ser o caso, conforme explicou Euler. "A menos que tenha comprado em algum outro país que já tenha aparelhos 5G comercialmente lançados, como Coreia do Sul, e se lá usarem a mesma canalização e frequência que o Brasil", comentou.
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Assim, nem mesmo com atualização de sistema, esses aparelhos passariam a funcionar na tecnologia 5G. Obviamente, o funcionamento nas tecnologias anteriores, como 4G, continua sendo possível.
Ou seja: será necessário comprar novos celulares para desfrutar do 5G. Vale lembrar que nenhuma operadora lançou comercialmente a tecnologia no Brasil.
Radiação 5G
Euler também precisou negar o rumor de que a radiação emitida por antenas 5G poderia trazer danos à saúde. "Não há nenhuma comprovação científica de relação entre qualquer tecnologia móvel, seja 4G ou 5G, com o coronavírus ou outra doença", explicou.
O presidente da Anatel garantiu que os limites de exposição à radiação, com procedimentos para cada uma das estações (antenas), foram estabelecidos pelo Brasil seguindo recomendações da Organização Mundial de Saúde para proteger a saúde das pessoas e o meio ambiente. "Isso causa receio mais do que legítimo à população, então é importante que esclareçamos." Pesquisa recente da Comissão Internacional de Proteção Contra Radiação Não Ionizante (ICNIRP) concluiu que a implementação de redes 5G em frequências acima de 6 GHz não deve trazer riscos à saúde dos consumidores.
Carros autônomos
Há problemas também com a implantação do 5G em veículos autônomos. Além de questões da própria tecnologia, como a necessidade de priorização na rede para garantir respostas rápidas (baixa latência), há outras variáveis que precisam ser consideradas no Brasil.
"Carros autônomos funcionam se as faixas estiverem bem pintadas, e se os meios fios estiverem em altura adequada. Como no trânsito brasileiro cada lugar é diferente, o veículo autônomo vai ter dificuldades por conta da despadronização", afirma o vice-presidente de relações institucionais da Claro, Fábio Andrade. Para o executivo, essa tecnologia só chegará depois do 5G.
O presidente da Anatel também faz ressalva da necessidade de uma regulação para essa tecnologia, algo que ainda não existe também em outros países. "Tem também questões morais e éticas. O algoritmo usado no carro vai priorizar quem em uma batida?", indaga Leonardo Euler. Por outro lado, os fabricantes de veículos afirmam que a tecnologia poderá reduzir acidentes.
Fonte: Teletime News de 24 de junho de 2020, por Bruno do Amaral.
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