Para o CEO e presidente da Qualcomm, Cristiano Amon, os impactos sentidos na cadeia de microprocessadores com a pandemia podem ser um alerta para um problema maior que a indústria de tecnologia pode ter no futuro, chamando a atenção para a necessidade de investimentos de todos os atores na ampliação da capacidade. "A pandemia de fato agravou o problema, mas se com este nível de demanda tivemos esse impacto… não estamos ainda nem começando. E precisamos pensar em fortalecer a cadeia, com investimentos conjuntos", disse. Ele diz que a Qualcomm está desenhando seus chipsets para todos os tipos de capacidade disponíveis. "Precisamos de maior capacidade e fortalecer a cadeia de suprimentos, isso é essencial para o futuro", disse ele em sua participação na sessão de keynote do evento MWC 2022, que acontece esta semana em Barcelona.
A boa notícia é que esta pressão sobre a cadeia de microprocessadores é também reflexo de uma oportunidade de mercado para a empresa. Para Amon, o mercado de tecnologias móveis está entrando em uma nova era e isso coloca a empresa sob o seu comando em uma posição de vantagem para capturar o salto de 7 vezes que deve ser visto no número de dispositivos conectados, de 100 bilhões para 700 bilhões de dispositivos conectados no futuro. "Com o desenvolvimento crescente das aplicações em nuvem, e com a nuvem indo cada vez mais para a borda e próxima do usuário, estamos falando em capacidade de processamento que é a nossa especialidade", disse ele. "Pensamos em uma borda inteligente, e isso demanda processamento".
Importância da comunicação pessoal e embarcada
Para o CEO da Qualcomm, a pandemia também serviu para ressignificar a comunicação pessoal e a importância de uma abordagem colaborativa entre empresas e pessoas. "Acho que só estamos no começo, apenas começamos a mexer com algo muito importante", disse Amon durante sua participação no Mobile World Congress 2022. Ele aponta um grande potencial no chamado Metaverso para o desenvolvimento de novos modelos, e prevê um impacto tão significativo como tiveram os smartphones na comunicação pessoal.
Mas a menina dos olhos no momento é a indústria automobilística. "Percebemos que o segmento automotivo é um mercado que tem muita similaridade com o que já fazíamos, porque é uma indústria móvel também, de certa forma", pontuou Amon. "E quando você percebe que nos carros as pessoas continuam usando celular, porque têm ali alguma informação relevante, então existe uma oportunidade", diz ele.
A Qualcomm acredita que no momento em que carros e dispositivos embarcados nos carros se interconectam e começarem a operar em conjunto, estará sendo criado o transporte inteligente. Foi pensando nisso que a Qualcomm criou o conceito de cockpit inteligente, em que todas as funções passam a ser integradas para o motorista, como um "computador sobre rodas". Para o CEO da Qualcomm, o conceito de transporte inteligente também deve ter impactos não apenas nas tecnologias embarcadas em carros inteligentes em si, mas também nas aplicações de Internet das Coisas em cidades, para os pedestres e para usuários de outros meios de transporte. "Por isso pensamos em espectros licenciados para estas aplicações CV2X.
Fonte: Teletime News de 1 de março de 2022, por Samuel Possebon.
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