Os Correios iniciaram a poucos dias atrás uma nova operação no setor das telecomunicações, em parceria com a empresa EUTV S.A., conhecida por MVNO (Mobile Virtual Network Operator) que fornecerá sua rede virtual de telecomunicações para que os Correios ofereçam serviços móveis em suas agencias, concorrendo com as atuais lojas das tradicionais operadoras móveis. Segundo o presidente dos Correios, faz parte da estratégia da empresa, a inovação na prestação de serviços. E como está descrito no site dos Correios, temos os principais argumentos, veja:
1. O que é Correios Celular?
Correios Celular é a mais nova MVNO do Brasil. MVNO é a sigla de "Mobile Virtual Network Operator", que em português significa "Operador Virtual de Telefonia Móvel". Consiste na prestação de Serviço de Telefonia Móvel Pessoal com base na Resolução nº. 550 da Anatel, de 11 de novembro de 2010, a qual permite que qualquer empresa, mediante acordo ou aquisição de voz e dados no atacado, das operadoras que atuam no Brasil, ofereça no varejo, com marca própria, planos de voz, dados e serviços de valor agregado, além de chips, aparelhos e acessórios.
2. Por que os Correios passaram a atuar como operadora virtual?
Os Correios dispõem de uma das maiores redes de atendimento presencial do Brasil, um inigualável sistema de logística e de distribuição, e um número muito grande de clientes que frequentam diariamente sua rede de agências, além de contar com alta confiança da população brasileira. Essas características posicionam muito bem os Correios para atuar com sucesso neste negócio emergente, a exemplo de mais de 600 empresas que também atuam como operadores virtuais de celular em todo o mundo.
3. Outros correios já atuam neste tipo de negócio?
Sim, vários Correios já atuam como operadores virtuais de telefonia móvel. Correios da Irlanda, Bélgica, Portugal, França, Itália e Alemanha, por exemplo. Eles criaram estes serviços dentro de sua estrutura, ou constituíram ou adquiriram empresa dedicadas ao MVNO em seus respectivos países e vêm atuando com sucesso, na grande maioria dos casos, neste negócio, que permite agregar valor aos negócios postais e financeiros prestados a seus clientes.
4. Qual é e como os Correios escolheram sua operadora parceira?
A Parceira SMP do MVNO Correios é a EUTV S.A. Os Correios escolheram a Prestadora SMP para ser sua parceira no MVNO por meio de um Chamamento Público, tendo utilizado como critério a melhor oferta de pagamento por venda de chip e comissão por recarga.
5. A EUTV é uma MVNO Autorizada? Os Correios serão uma MVNO de outra MVNO?
Sim, a EUTV é uma MVNO Autorizada. De acordo com a Resolução nº 550/2010 da Anatel, uma MVNO Autorizada pode ter várias MVNOs Credenciadas, A EUTV já tem duas MVNOs Credenciadas, que trabalham com nichos específicos de clientes. E agora terão também os Correios como Credenciado, que vão oferecer serviços diferenciados para seus clientes, sendo mais uma alternativa para o mercado.
6. Como será garantida a qualidade do serviço de celular dos Correios?
No contrato com a EUTV estão estabelecidas todas as responsabilidades das partes, bem como as garantias para que o negócio aconteça com qualidade para os clientes.
7. Toda a rede de agências dos Correios, incluindo os franqueados, vão atuar neste novo negócio?
Sim. O serviço será implantado gradualmente e as agências credenciadas serão informadas no site do serviço em www.correioscelular.com.br.
8. Os Correios vão criar uma nova empresa para atuar como MVNO?
Não. Enquanto os Correios atuarem como credenciado não será necessário criar nova empresa.
9. Os Correios vão competir com as demais operadoras de que atuam no Brasil?
Os Correios são mais uma opção para o mercado. A ideia é que a operação seja do tipo “ganha-ganha”: os Correios oferecem os seus atributos de valor que se somarão aos valores da operadora parceira, visando gerar resultados positivos, sobretudo para a população. Convém lembrar que um dos focos da Lei Geral de Telecomunicações é o cidadão, que tem o direito; i) de acesso aos serviços de telecomunicações com padrões de qualidade e regularidade adequados à sua natureza, em qualquer ponto do território nacional; ii) à liberdade de escolha de sua prestadora de serviços, e iii) de não ser discriminado quanto às condições de acesso e fruição do serviço. Nesse sentido, os Correios buscarão, em sua proposta para o novo negócio, atender nichos ainda não supridos pelas atuais operadoras, além de procurar oferecer serviços de valor agregado diferenciados aos seus clientes.
10. Será possível fazer a portabilidade de números de outras operadoras para o Correios Celular?
Sim, a portabilidade será feita normalmente, como é feita atualmente para qualquer operadora, seguindo as regras da Anatel.
11. A EUTV terá exclusividade na oferta de serviços de celular na rede dos Correios?
Não. Os Correios prestam e continuarão prestando serviços a toda e qualquer operadora de SMP no Brasil. No entanto, o Contrato de Credenciamento prevê que, durante a vigência da parceria, as partes não poderão oferecer a outros parceiros condições mais favoráveis do que as estabelecidas na parceria do Correios Celular.
12. Haverá venda de aparelhos e acessórios do Correios Celular?
A princípio, não haverá venda de aparelhos e de acessórios do Correios Celular. No entanto, no futuro isso poderá ocorrer.
13. Quanto os Correios deverão investir nesse negócio?
No modelo Credenciado, os Correios não precisarão fazer nenhum investimento para atuar como MVNO. Será utilizada a rede de agências e a rede corporativa de dados já instaladas, bem como os empregados já existentes atualmente. Os atendentes e demais empregados receberão treinamento adequando antes do início da prestação dos serviços nas respectivas unidades.
14. Que serviços de Correios estão disponíveis no celular?
Busca CEP, rastreamento de objetos, preços, tarifas, embalagens, banco postal dentre outros, farão parte dos aplicativos a serem disponibilizados, uma vez que tais serviços já estão disponíveis atualmente para uso por smartphones. Outros tipos de serviços poderão ser disponibilizados no futuro, tais como: operações financeiras, georreferenciamento, etc.
Porém, como divulgado no informativo Teletime News de 29 de março de 2017, o Ministro Gilberto Kassab, vem demonstrando alguma preocupação com o futuro da empresa centenária.
Veja matéria publicada pela jornalista Lucia Berbert.
"Os prejuízos dos Correios e a possibilidade de privatização da empresa foram confirmados nesta quarta-feira, 29, pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab. "Não é o nosso objetivo privatizar os Correios, não trabalhamos com essa hipótese", afirma. Mas ele argumenta que caso a empresa não encontre uma solução para o equilíbrio de suas contas, a única opção será a privatização.
"É fundamental que todos saibam que, seja a empresa Correios como qualquer outra empresa estatal, hoje, a conjuntura econômica do País e a dificuldade financeira do governo impedem qualquer socorro. Eu volto a dizer que (espero que) os Correios resolvam seus problemas internamente, o que vai acontecer o mais rápido possível, (que efetuem) os cortes de despesas e que surjam as receitas adicionais necessárias para o equilíbrio da empresa. Nenhum de nós brasileiros gostaria de ver a empresa privatizada", disse o ministro.
Mais cedo, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, disse em audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado que o principal problema da empresa é com o plano de saúde dos funcionários, que estaria matando a estatal. Segundo Campos, nos moldes que opera hoje, o sistema é inviável e não cabe no orçamento da instituição. "No prejuízo de R$ 2,1 bilhões da empresa em 2015, R$ 1,6 bilhão corresponde aos gastos com o plano de saúde", disse.
Em 2016, a previsão de prejuízo é de R$ 2 bilhões, sendo R$ 1,8 bilhão referentes ao plano de saúde. De acordo com Campos, atualmente o plano de saúde atende a todos os funcionários, seus dependentes, cônjuges e pais. Os Correios entram com 93%; os trabalhadores, com 7%.
Campos disse que a evolução tecnológica e a Internet impactaram diretamente as empresas postais não só no Brasil, mas em todo o mundo. Porém, em outros países, houve reação mais rápida às transformações. "Cada país achou uma solução, seja na logística, no setor financeiro ou em outros serviços. Temos que achar uma nova fórmula de sobrevivência", disse."
Fonte: Kialo Consultoria e Engenharia Ltda, por Francisco Carlos de Araujo
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