quinta-feira, 23 de março de 2017

Oi enfrenta queda nas receitas em 2016

Em processo de recuperação judicial e atravessando um ano complicado, a Oi encerrou 2016 com foco no controle operacional para geração de caixa, que foi reduzido em comparação com 2015. Segundo balanço financeiro referente a 2016 e divulgado na noite desta quarta-feira, 22, a companhia registrou queda em receitas, embora as receitas com dados móvel e fixo tenham atenuado essa tendência. A tele até diminuiu o prejuízo em quase um terço no último trimestre, mas aumentou em 7,1% no ano, enquanto a dívida cresceu 5,7%.
A receita líquida total do grupo Oi no quarto trimestre foi de R$ 6,323 bilhões, uma queda de 5,7%. No ano, totalizou R$ 25,996 bilhões, redução de 5%. Considerando apenas o Brasil, a receita líquida total nos três últimos meses de 2016 foi de R$ 6,110 bilhões, recuo de 6,4%. No consolidado do ano, foram R$ 25,164 bilhões, queda de 4,8%. A companhia atribui o desempenho ao corte das tarifas de interconexão e de ligação fixo-móvel. Também alega que o cenário econômico provocou redução na base de clientes e na queda no volume das recargas do pré-pago e nas receitas B2B. Mas ressalta que houve aumento nas receitas de banda larga (16,4%) e TV paga (28,1%).
A receita de serviços foi de R$ 6,052 bilhões no quarto trimestre e R$ 24,937 bilhões no acumulado do ano de 2016, queda de 6,5% e 4,3%, respectivamente. O negócio residencial caiu 0,9% e 2%, totalizando R$ 2,315 bilhões e R$ 9,376 bilhões respectivamente. Já o segmento de mobilidade pessoal registrou R$ 1,886 bilhão e R$ 7,623 bilhões, queda de 7,2% e 4,9% respectivamente. A área de B2B obteve R$ 1,790 bilhão no trimestre (queda de 9,5%) e R$ 7,606 bilhões no ano (recuo de 4,7%).
A Oi afirma ter obtido R$ 966 milhões em receita de dados móveis no trimestre, crescimento de 17% comparado a igual período do ano anterior. No ano, foram R$ 3,597 bilhões, crescimento de 20,5%. A receita de uso de rede caiu 29,1% e totalizou R$ 156 milhões no final do ano, resultado atribuído ao corte da VU-M. Já a receita de aparelhos subiu 5,36% e ficou em R$ 59 milhões. Todas as vendas foram de smartphones, e 74% eram 4G, que representa agora 22% do total da base da tele (no trimestre imediatamente anterior, eram 15%).
Redução no prejuízo
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (EBTIDA) do grupo foi de R$ 1,531 bilhão no trimestre (queda de 10,3%) e R$ 6,377 bilhões no ano (declínio de 18,2%). A margem EBTIDA ficou em 24,2% no trimestre e 24,5% no ano, o que significa queda de 1,2 ponto percentual (p.p.) e 4 p.p., respectivamente. Considerando EBTIDA de rotina da operação brasileira, foi de R$ 1,676 bilhão (queda de 4%) e R$ 6,340 bilhões (recuo de 12,3%) no trimestre e ano, respectivamente.
A companhia registrou prejuízo líquido de operações continuadas de R$ 3,306 bilhões, resultado 29,8% melhor do que no último trimestre de 2015. No ano, porém, aumentou o prejuízo em 7,1%, totalizando R$ 7,121 bilhões.
A dívida líquida da empresa cresceu 5,7% no ano e totaliza agora R$ 40,342 bilhões. O caixa disponível foi reduzido em mais da metade (53,3%), totalizando R$ 7,849 bilhões. Os investimentos no trimestre em Capex foram de R$ 1,393 bilhão (aumento de 28,2%) e de R$ 4,901 bilhões (crescimento de 17,7%) no acumulado do ano. Considerando apenas o Brasil, o Capex foi de R$ 1,358 bilhão, aumento de 26,6% no trimestre. No ano, foi de R$ 4,759 bilhões, crescimento de 17,6%. Os investimentos destinados à rede da Oi representaram 85,5% (R$ 1,161 bilhão no trimestre e R$ 4,068 bilhões no ano) do total.
Operacional
A Oi contabilizou 65,554 milhões de unidades geradoras de receita em dezembro, uma queda de 9,3% comparada ao final de 2015. Desse total, a maior base é a móvel, com 39,870 milhões após uma queda de 13,1%. A base residencial ficou em 16,425 milhões, recuo de 2,1%, mesmo percentual de queda registrado na B2B, que totalizou 6,617 milhões de UGRs. Os telefones públicos caíram 1,4% e fecharam o ano com 642 mil unidades.
Do total de UGRs do segmento residencial, as linhas fixas em serviço eram 9,947 milhões (queda de 5,4%). Já a banda larga contava com 5,188 milhões de unidades, um aumento de 1,5%. E a TV paga, 1,290 milhão, avanço de 11,6%. Considerando o trimestre, a ARPU residencial fechou 2016 em R$ 77,2, aumento de 5%. No acumulado do ano, foi de R$ 76,6, avanço de 5,5%.
A companhia ressalta ainda aumento na velocidade média da banda larga fixa de 24,1% no ano, fechando o período com 6,8 Mbps. A companhia afirma que, com adoção do VDSL e expansão de vendas do pacote Oi Total, aumentou o ARPU em 15%. Em se tratando da TV paga, a empresa aumentou a penetração na própria base (13% das residências que têm telefonia fixa, 2 p.p. a mais do que no ano anterior). O ARPU desse segmento aumentou 16,4%.
No negócio móvel, a empresa reduziu em 15,5% a base de pré-pago, totalizando 32,997 milhões de linhas. A companhia afirma ter observado recuperação no volume de recargas no trimestre. O pós-pago, por outro lado, cresceu 1,2% e fechou o ano em 6,872 milhões de acessos. O ARPU móvel fechou o trimestre em R$ 15,5 (aumento de 3,33%).
A Oi destacou ainda a cobertura de 3.404 municípios com 2G e 1.483 com 3G. Já o 4G da operadora cobre 284 município, mas a companhia ressalta a parceria de RAN Sharing com outras operadoras.

Fonte: Teletime News de 22 de março de 2017, por Bruno do Amaral.

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