Para o presidente da Oi, Rodrigo Abreu, o diferencial da proposta da empresa para uma rede neutra é a dimensão do projeto e o fato de ser uma rede nacional. "A gente estima que, fora São Paulo, este seja um mercado de 40 milhões de lares. A InfraCo vai chegar a 32 milhões. Já nasce com 10 milhões de homes passed e 3 milhões de casas conectadas. Nosso principal concorrente em rede neutra está anunciando um décimo disso", afirmou o executivo ao ser questionado se não haveria uma bolha de projetos de redes neutras.
Abreu acredita que o mercado absorverá esta capacidade. "Estamos falando de uma rede nacional. Acreditamos que o mesmo fenômeno visto na expansão do móvel vai acontecer no acesso por fibra. Isso (o acesso FTTH) não vai ser um bem de luxo, vai ser um serviço essencial". Ele diz ainda que haverá uma forte demanda por conectividade de fibra por parte de pequenas e médias empresas, pelo mercado de atacado (incluindo a prestação de serviço a ISPs) e na expansão do 5G.
A Oi, ao trazer as alterações ao aditivo do plano de recuperação judicial, estabeleceu um valor mínimo para quem quiser entrar na disputa pela unidade de negócio de fibras, de R$ 20 bilhões, o que daria R$ 9 bilhões no mínimo para a companhia, imaginando-se que ela venda 51% do capital total da InfraCo. Para Abreu, na primeira proposta do aditivo, não estava estabelecido um mínimo, mas uma referência. "Agora podemos dar mais previsibilidade para os credores de quanto entrará". O processo de recebimento de ofertas vinculantes ainda não começou, mas nas ofertas iniciais, sem compromisso, a Oi detectou um interesse de mais de uma dezena de possíveis compradores e entendeu que este valor mínimo permitiria um bom nível de disputa e, ao mesmo tempo, um bom retorno para a companhia.
Fonte: Teletime News de 14 de agosto de 2020, por Samuel Possebon.
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