Os Jogos Olímpicos que acontecerão no Rio em agosto seriam, do ponto de vista da infraestrutura de telecomunicações, um evento colossal em qualquer circunstância. Mas no Brasil a promessa do grupo América Móvil (que congrega Embratel, Claro e Net) é do evento "mais conectado de todos os tempos", diz José Felix, presidente do grupo América Móvil no Brasil, ao anunciar os planos da empresa para os jogos, nesta quarta, 8, no Rio de Janeiro.
O grupo é, via Embratel, patrocinador e fornecedor dos jogos no Rio antes mesmo de a cidade ter sido escolhida para hospedar as Olimpíadas. Na época, ainda em 2007, a Embratel foi a primeira a apostar na candidatura e a assegurar que, do ponto de vista da infraestrutura de telecomunicações, seria possível atender às demandas de um evento desse porte. "Quando abraçamos esse projeto, os jogos no Brasil eram um sonho e as chances eram mínimas", diz José Formoso, CEO da Embratel e entusiasta, desde o primeiro momento, do projeto.
Com o sucesso da candidatura Olímpica, um time de 10 pessoas que iniciou o planejamento pela Embratel deverá se tornar uma equipe de 3 mil durantes o período dos jogos Olímpicos e Paraolímpicos, em agosto e setembro. E o que era parte de um projeto corporativo da Embratel para o Comitê Olímpico se tornou um grande projeto também do ponto de vista de serviços ao consumidor final. Além da infraestrutura de 370 km de fibra ótica na cidade instaladas para atender aos mais de 100 locais de eventos, com uma capacidade de 40 Gbps, 1 mil servidores, três datacenters dedicados, 10 mil linhas fixas, 20 mil linhas de voz e dados móveis, 12 mil pontos de TV e 8 mil pontos WiFi, o projeto Olímpico se tornou uma ferramenta importante para a Net e a Claro venderem mais TV por assinatura, mais banda larga fixa e mais 4G. Boa parte do que está sendo montado no Rio permanece, reforçando a presença no Rio, explica Marcello Miguel, diretor executivo de plataformas de serviços da Embratel . A expectativa da empresa é que os jogos gerem informação para 5 bilhões de pessoas no mundo, em 200 países, "e tudo isso passará pelas nossas redes", diz José Formoso.
O backbone específico para o evento interliga todos os 100 locais relacionados às Olimpíadas na cidade do Rio com redundância tripla, para atender a 60 mil pontos de conexão de Internet. Os volumes, do ponto de vista de tráfego de dados, devem ser quatro vezes maiores do que se viu nos jogos em Londres, em 2012, e envolver o dobro de aparelhos conectados do que se viu no último Superbowl, nos EUA.
TV paga
Na Net e na Claro TV serão 25 canais de TV dedicados em alta definição (contando todos os canais dedicados às Olimpíadas), mais todos os eventos que valeram medalha disponíveis sob demanda no Now e mais 40 canais ao vivo de conteúdos via banda larga. A Claro ainda não definiu se o tráfego de vídeo pela rede móvel (3G e 4G) será ou não liberado, pois isso depende ainda de uma análise regulatória por conta das restrições do Marco Civil e da capacidade da rede de suportar esse tráfego sem limitações de franquia. "Mas os assinantes da Claro e da Net terão acesso a toda rede de WiFi, assim como os detentores de ingressos", explica Márcio Carvalho, diretor de marketing do grupo.
Projetos separados
O grupo América Móvel é patrocinador oficial dos Jogos Olímpicos e fornecedor oficial, e por isso tem obrigações específicas de cobertura, confiabilidade e responsabilidade de atendimentos dos locais gerenciados pelo Comitê Olímpico. Ao contrário da Copa do Mundo, as operadoras de telecomunicações não formaram um consórcio de infraestrutura nos locais de prova, como aconteceu nos estádios em 2014. Nos jogos, cada operadora precisará reforçar, individualmente, a sua infraestrutura, com compartilhamentos pontuais negociados caso a caso, mas sem uma coordenação conjunta.
De qualquer maneira, todas as operadoras estão envolvidas nos esforços de coordenação da infraestrutura crítica para os Jogos Olímpicos para poderem dar a resposta necessária em caso de eventualidades (ataques terroristas, calamidades, falhas em grande escala etc), mas não existe obrigação daquelas que não sejam fornecedoras oficiais, como o grupo América Móvil.
Fonte: Teletime News de 8 de junho de 2016, por Samuel Possebon.
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