segunda-feira, 27 de junho de 2016

Operadoras de satélite miram no mercado de backhaul para celular

Companhias de satélite estão de olho no mercado de infraestrutura de acesso para operadoras móveis no Brasil. Dois exemplos são a Intelsat e a O3b Networks, que exemplificaram durante o Broadband Forum nesta semana em São Paulo como pretendem atuar nessa área.
No caso da Intelsat, a empresa promete mais dois satélites previstos para atender ao País em 2017, o Intelsat 35e e o 37e. Ambos farão parte da rede EpicNG e se juntarão a mais cinco outros satélites que deverão atender a América Latina nos próximos quatro anos. "É um compromisso de longo prazo com a região", declara o diretor da área de gerência de vendas da operadora, Márcio Brasil.
A intenção da empresa é oferecer acesso em locais de dificuldade de acesso terrestre. "Para backhaul, tem alta disponibilidade, mantendo os KPIs (índices de qualidade) da Anatel", explica.
Lançado em janeiro, o Intelsat 29e já está sendo utilizado no País para broadcasting. Segundo Brasil, o GP de Barcelona da Fórmula 1 foi transmitido pela constelação Epic pela Globo "sem necessidade de turnaround". Fabricado pela Boeing, o satélite é o primeiro da operadora com tecnologia de feixes amplos (wide beams) e direcionados (spot beams) com reutilização de frequência, o que promete alto desempenho em banda C e Ku. O artefato cobre as Américas e o Atlântico Norte na posição 310ºE.
A Intelsat expandiu sua capacidade total com 5 Tbps adicionais em banda Ku, "inclusive com cobertura polar, onde as (órbitas) GEO não pegam". A Intelsat testa ainda tecnologias novas de acesso, como um painel de cristal líquido. Outra "grande aposta" da operadora é oferecer conectividade embarcada em aeronaves e para Internet das Coisas, sobretudo carros conectados. "A Intelsat acredita na demanda, mesmo se pensar apenas em backhaul (para operadoras móveis)", declara.
Baixa órbita
Recentemente comprada pela SES, a O3b Networks pretende oferecer capacidade direcionável de sua constelação de satélites não geo-estacionários (NGSO) a 700 km de altura com spot beams em banda Ka com 1,6 Gbps e latência menor do que 150 ms. Até o momento, conta com cerca de 40 clientes e 23 Gbps contratados. Assim como a Intelsat, a empresa também se interessa por parcerias com operadoras móveis, oferecendo backhaul "de redundância" de 10 Mbps a 100 Mbps para sites 3G e 4G.
A companhia instalou um projeto piloto na cidade amazonense de Tefé com um parceiro local, a provedora Ozônio Telecomunicações, iniciando a operação neste mês. Segundo o diretor de marketing da O3b, John-Paul Hemingway, a chegada do serviço de banda larga no local mudou o modelo de negócios. "Os acessos saíram de 2 Mbps para até 200 Mbps", conta. O executivo promete novas localidades, mas sem adiantar quais e nem quando.

Fonte: Teletime News de 24 de junho de 2016, por Bruno do Amaral.

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