quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Google não quer pressa para regulamentar Inteligência Artificial

Sundar Pichai, executivo-chefe do Google, diz que é preciso ter cautela na regulamentação de tecnologias voltadas para Inteligência Artificial (IA). Para ele, as regras devem ser feitas por cada setor, e qualquer tentativa de criar uma regulação geral deve ser evitada. O executivo declarou ainda que uma regulamentação instintiva da inteligência artificial pode prejudicar o avanço tecnológico, argumentando que as regras existentes podem ser suficientes para governar a nova tecnologia. O debate voltou a ganhar força na última semana, após a fala do CEO do Google, Sundar Pichai, ao se reunir com políticos europeus, incluindo o primeiro-ministro finlandês, Antti Rinne, em Helsinki.

Para Sundar, uma "regulação inteligente" pode ser suficiente para equilibrar a inovação com a proteção dos cidadãos. "Embora muitos reguladores estejam mais focados em combater o Google sobre antitruste do que a IA no momento, a empresa deseja evitar repetir alguns dos erros passados do setor de tecnologia trabalhando em parceria entre governo e empresas", disse o executivo.

"Novas regulamentações devem ser aplicadas a setores e indústrias específicos, como saúde e energia, disse ele, e não por meio de uma verificação geral de algoritmos, como sugeriram alguns órgãos reguladores e parlamentares", apontou. O CEO de uma das maiores big techs do mundo diz ainda que a Inteligência Artificial é uma tecnologia transversal, por isso é importante ter um olhar para uma regulamentação em determinadas situações verticais.

As declarações de Pichai vão de encontro ao que a União Europeia está decidida a fazer. Margrethe Vestager, vice-presidente executiva de regulação digital da UE, prometeu regras éticas e centradas no ser humano em inteligência artificial nos primeiros 100 dias de seu mandato, que começou em outubro de 2019 e vai até 2024.

Vestager acredita que a UE não pode ser líder em IA sem diretrizes éticas. "A inteligência artificial que você deseja deve servir aos humanos. Esse é um tipo diferente de inteligência artificial" do que é visto nos EUA e na China, disse ela. "É essa postura regulatória proativa que distingue a Europa de outras partes do mundo", disse Vestager.

No entanto, Vestager reconheceu que é preciso ter "muito cuidado para não regulamentar demais" a IA emitindo regras rígidas que poderiam retardar a inovação. "Obviamente, precisamos do feedback de muitas e muitas empresas, mas também acredito que você precisa agir rapidamente", finalizou.

Fonte: Teletime News de 15 de janeiro de 2020, por Marcos Urupá.

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