quarta-feira, 5 de agosto de 2020

5G DSS é 'game changer', diz Qualcomm

O 5G está chegando ao Brasil antes mesmo do leilão das novas frequências graças a uma tecnologia chamada DSS (Dynamic Spectrum Sharing), que permite o compartilhamento das faixas atuais de frequência do 4G com a oferta de 5G. Trata-se de um compartilhamento "dinâmico" porque a quantidade de espectro destinado a cada tecnologia varia em tempo real de acordo com a demanda dos usuários conectados. Nas últimas semanas, duas operadoras anunciaram a adoção de 5G DSS: Claro e TIM. Para Durga Malladi, vice-presidente sênior e gerente geral de 5G da Qualcomm, o 5G DSS é um "game changer" na indústria.

"Nunca antes na história da telefonia celular houve duas tecnologias coexistindo na mesma banda. Ter dois usuários com diferentes tecnologias é um movimento importante", analisa Malladi, em entrevista para Mobile Time.

Países onde faixas médias e de ondas milimétricas já foram leiloadas, como os EUA, conseguem oferecer 5G com alta capacidade, mas para garantir uma ampla cobertura é necessário utilizar bandas mais baixas, como aquelas que estão hoje ocupadas pelo 4G, 3G ou 2G. Por isso é tão importante o uso do 5G DSS. Vale ressaltar, no caso da Claro, a empresa ainda espera pela maior quantidade de espectro que será leiloado pela Anatel.

Atualmente, os chipsets da Qualcomm que operam em 5G são capazes também de trabalhar com a tecnologia DSS. É o caso do Snapdragon 865, presente no Motorola edge, primeiro smartphone 5G da Claro no Brasil. No mundo todo há diversos outros modelos de smartphones compatíveis, de fabricantes como Samsung, LG, Oppo, Vivo, Xiaomi, Oneplus etc. "A Qualcomm está determinada a levar o 5G para múltiplos devices, não apenas para o a categoria premium, mas também para a gama média e outras. Estamos comprometidos com a combinação de várias bandas de espectro", diz Malladi.

Casos de uso

Quando perguntado sobre os principais casos de uso do 5G, o executivo da Qualcomm divide a evolução da tecnologia em três fases. A primeira, no curto prazo, consistirá na melhoria das aplicações móveis já existentes, como assistir a vídeos em 4K no celular sem travar. A segunda fase terá como protagonista o serviço de banda larga sem fio (FWA, na sigla em inglês), levando velocidade de 1 Gbps para dentro das casas. E a terceira, de longo prazo, será caracterizada por aplicações mais sofisticadas, como automação industrial e espaços virtuais de trabalho remoto colaborativo. "Talvez dentro de dois anos usemos dispositivos de realidade virtual para reuniões remotas e interagiremos com versões digitais de nós mesmos", prevê.

O vice-presidente sênior da Qualcomm reforçou, entretanto, que essa evolução só será possível se houver ondas milimétricas para garantir uma alta velocidade de transmissão de dados. Ou seja, no roadmap do 5G, não basta usar DSS.

Fonte: Teletime News de 14 de julho de 2020, por Fernando Paiva.

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